2 de fevereiro de 2012

BORED TO DEATH, S03E08 – Nothing I Can’t Handle by Running Away (review - final)

Parafraseando Bergeron: [Não há] nada com que eu não possa lidar fugindo dele.


É ele quem diz a frase, mas a bem ver, todos os personagens têm agido dessa maneira, preferem enterrar a cabeça na areia a lidar com os problemas, preferem fugir e fingir que não existe e que não está lá, mas tal e qual aconteceu com Bergeron (Stacy Keach) no fim, acabando por, pelo menos uma vez, não fugir, aos outros personagens também aconteceu, ou pelo menos a George (Ted Danson), pois não estou certo acerca de Ray (Zach Galifianakis), nem mesmo de Jonathan (Jason Schwartzman) que não quer estragar o seu paraíso apresentado a maçã à sua Eva, ou melhor, Rose (Isla Fisher).


“Bored to Death” despede-se outra vez, entrou com pompa e saiu com circunstância, que mais se pode esperar? Este episódio começou com um bombardeio de piadas umas atrás das outras, algumas não muito boas, mas que esticam para as orelhas os cantos da boca, e no geral conseguiu ser um episódio decente e merecedor do nome da série.

O plot principal deste episódio foi divertido, Jonathan, por causa do novo pai, acaba envolvido com pessoas perigosas, precisando dos amigos para o salvar, George, Ray e o seu exército de super-Rays (ajudantes, aduladores, George não sabe a diferença), cujo membros são cada um mais estranho que o outro.


Sinceramente eu esperava mais desenvolvimento sobre a história Jonathan-Rose-Bergeron, tipo ver Jonathan a confrontar a Rose com a verdade sobre serem irmãos biológicos, mas porque há muito que espremer disso, não me sinto nada mal por ter de esperar até a quarta temporada para ver como farão isso, pois terão oito episódios para desenvolver um tema tão complicado quanto o incesto em vez de tentar abordá-lo em apenas um. E da forma como isto acabou acho que temos mais lenha para a fogueira na próxima temporada pois ganhamos mais duas personagens, Rose e Bergeron, pois este apesar da sua ideia de fugir sempre, voltou para Jonathan, querendo dizer que talvez queira mesmo conhecer os seus filhos e que se tenha mesmo fartado da vida de embuste e só procurava um motivo para se afastar, o que Jonathan acabou de providenciar.


Quanto a relação Jonathan-Rose, bem, eu não achei lá nada estranho, afinal o que é um irmão?


Francis Fukuyama escreveu sobre o incesto n’A Grande Ruptura, referindo-se a um casal de crianças, irmãos de adopção, que desenvolveram a repugnância do incesto, porque cresceram e viveram como irmãos. Nessa perspectiva, Jonathan não é irmão de Rose, pelo menos no sentido afectuoso do termo e não biológico. A série toda temos visto a pergunta: o que é um pai? aquele que nos semeou, aquele que nos criou ou aquele que temos por modelo? Agora a pergunta talvez seja: o que é irmão? Jonathan é consanguíneo de Rose, mas não, não são verdadeiramente irmãos, pelo menos para mim. No entanto, quero ver o desenvolvimento que vão dar a isto. Eu não achei assim tão anormal, porque tenho as minhas considerações sobre o incesto, bizarro, sim, por não ser usual (parece contraditório?).


Mudando de sujeito… não acredito que Ray tenha consciência das necessidade das outras pessoas. É claro que está ali sempre para os amigos, depois, é claro, de resolver primeiro os seus assuntos, como da outra vez que deixou Jonathan pendurado por uma hora para ter sexo com Leah (Heather Burns), aliás, como bem avisou àquele para se fazer disponível por ele agora está em necessidades emocionais, mostra-se completamente egotista. A sério, que tipo de pessoa tiraria comida a uma criança e nem sequer perceberia por que ele está a chorar? E, mea culpa, não sei porque essa cena foi hilariante quando devia simplesmente chocar. E será que a mãe de Spencer (não me lembro do nome, acho que é Claire) vai ser o próximo alvo de Ray? Não acredito na sua história com a nova “grannie”.

Ray: O Spencer está em casa?

Claire: É claro, ele só tem 14 meses.

George finalmente resolveu abrir-se a Josephine (Mary Steenburgen) finalmente ficou cansado de correr e quer assentar arraiais. Vamos ver o que vai sair disso.



Da forma como esta temporada fechou, “Bored to Death” amarrou todas a pontas principais, a série até podia ter acabado aqui que todos os personagens parecem ter ganho um propósito e podem, de novo, considerar-se crescidos, no entanto, como tinha referido as novas pessoas que entraram na história e na vida dos personagens principais, abrem portas para novas histórias e novos desenvolvimentos, por outras palavras existe um cliffhanger discreto, mas muito interessante. 




P.S.: O final de Bored To Death aconteceu desde o ano passado, embora só agora o esteja a actualizar aqui, perdendo a sua piada. Porém, pior, para a série e para os fãs, ela foi cancelada.
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