2 de fevereiro de 2007

FETO EXPULSO VS CRIANÇA ABANDONADA

Wrestling! Definição.

Alguns dizem que é um desporto, outros que é teatro, há ainda aqueles que afirmam que é uma treta infantil com gigantes adultos e uns manipuladores de massas populares com Q.I. reduzido e saudosas do circo romano. O polegar para baixo: mata. Desde que cheguei a Portugal que estou a ver essa febre, até já estou a conhecer o nome dos tipos, e vou confessar (sinto-me envergonhado, mas tem de ser), até já vi alguns combates na TV.

Não sou português, talvez não devesse falar de assuntos portugueses, mas há aqueles que embora situem numa determinada fronteira, são internacionais, pelo que julgo que de tal forma que posso falar de Saddam sem ser iraquiano, posso falar do maior combate do wrestling português.

Em dois cantos opostos do ringue temos: Feto Expulso e Criança Abandonada. No dia 11, ao vivo e em directo, vai ser passado a digladiação, só que este combate não é a símulação de costume, portanto dispensa “pípolis” com Q.I. de dois dígitos e manipuladores hipócritas e conturbadores das massas e exige um elevado grau de bom senso e capacidade de raciocínio.

Para os que pensam: SIM ou NÃO ao aborto! Eis a questão.

Qualquer que seja a natureza de uma decisão, sempre parece ser algo difícil de tomar, mas todas elas decisões, por mais questões que envolvam, resumem-se numa dualidade: ou o sim ou o não. E é isso que se pede ao portugueses.

Eu não vou votar, mas o meu voto seria de certeza aquele que daria vitória ao lutador que eu escolhesse, e gostava que tu que está ler isto tivesse esta mesma certeza.
Bom, sendo que não posso fazer mais nada só vou deixar aqui algumas perguntas, que certamente outros já tinham feito:

  1. Homicídio é quando se mata um homem, um humano vivo. Um feto é um ser humano? Um feto ou uma criança na barriga tem direito a B.I. ou ser inscrito na Segurança Social?
  2. Hipocrisia é quando... ora, toda gente sabe o que é hipocrisia. Será que é justo só alguns poderem viajar para lá fora irem receber tratamentos que aqui impedem aos restantes?
  3. A lei é dura mas é a lei. Será leial prender uma adolescente de 14 anos que cometeu aborto porque não podia ter esse filho?
  4. O amor educa mas não paga a educação. Será lícito uma pessoa ser obrigada a ter um filho que não deseja e não ter dinheiro depois para sustentá-la?
Acho que estas perguntas chegam, embora eu quisesse apresentar aqui uma tese que envolva a gravidez interrompida, mas não me sito muito inteligente hoje. E agora vai a última pergunta: Não seria melhor abortar um feto do que deixar uma criança no caixote de lixo?

Na minha opinião, não devia ser discutido a questão de aborto desta forma, se as pessoas realmente não querem aborto, podiam era pedir um referendo para copiar a nova lei alemã: 25.000 euros para quem tiver um filho.