Iaí, pipoles!,
Lembram-se daquela história do fim do mundo e de um messias que serve para fazer balanço, pesando fortemente para o lado do bem? Pois, The Fades é uma dessas histórias… boooorriiing!... Ai, não tanto. É verdade que a premissa é pouco promissora, aliás, quem, por exemplo, acompanha “Sobrenatural”, provavelmente não quererá acompanhar uma outra história sobre um fim do mundo que nunca chegará a acontecer. No entanto, como variável temos que a série é britânica, ou seja, tem um tratamento diferente.
The Fades tem como protagonistas dois amigos que não se encaixam muito bem entre os pares, um deles, Paul (Iain De Caestecker) talvez por ser especial, e o outro, Mac (Daniel Kaluuya – o Tealeaf de Psychovile, alguém se lembra?) por ser especialmente um nerd. Falando nisso, ainda estou para entender porque raio o cinema e a televisão julgam que um bom nerd tem sempre de conhecer os “Star Wars”; aliás, não se lembram da disputa nérdica entre os fãs de “Star Wars”, os trekkies e os ringers nos filmes de Kevin Smith, para saber que um nerd já não precisa da cultura pop dos anos 80 para o ser? Ok, adiante.
The Fades, trata de um grupo de amaldiçoados ou abençoados com poderes naturais que vigiam a fronteira entre os reino dos mortos e dos vivos (onde já vi isso?), e de um chosen one que nem sabia da existência desse grupo (onde já vi…), e que vê e fala com morto (onde já…) e de mortos que quebraram barreiras para entrar para o mundo dos vivos (onde…) e, cereja no topo, esses mortos são zombies espirituais.
Bem, The Fades é um remix de conceitos, e nem por instante hesita em mostrar o que é, não se esconde atrás de uma ideia de originalidade usando temas batidos, mas mostra alguma frescura ao expor abertamente as suas influências, parodiando-se a si mesmo, eu diria que é uma espécie de Psychoville (comparação um tanto deslocado) em versão teen, menos maduro e ainda menos sério, mas apostando bem no humor.
O que me parece ser um problema é o número de personagens um tanto elevado para uma produção de seis episódios, ou seja, não acredito que vão conseguir dar uma dimensão a todos eles, acabando a maioria por servir de desculpas para o girar do pião. E além da trama principal, ainda se criou alguns plots, que vão acabar a desaguar naquela, exagerando na coincidência, para tentar a amarrar tudo de uma maneira contunda (espero eu).
Bem, posto isto, vou fazer o contrário do que provavelmente poderia ser esperado, vou recomendar o The Fades como uma boa hora de diversão por episódio, mais ainda para quem curte referências culturais (aqui pop sobretudo). E digo mais, preparem-se para, porque os protagonistas são adolescentes, aquela baboseira de problemas que se apanha em todos os filmes e séries de adolescentes e que, estranhamente, ainda continuam na vida adulta, apenas mudando da cor e da capa.
Não falei propriamente do que ocorreu no episódio, ou seja, nem tenho de escrever o aviso sobre o spoiler, porém este é o meu balanço sobre o piloto que me fez querer acompanhar a série. Ah, os efeitos especiais são baratos, mas funcionam bem, e o genérico, muito bom. E um destaque para a fotografia.
publicado em TVDependente