17 de julho de 2011

LÁGRIMAS (poema)


São lágrimas que descem pela face, rolando,
Sem então, sem vez, sem quando,
Fontes inesgotáveis de sofrimento,
Cristais líquidos de tormento.

Lágrimas que permanecem,
Quentes, esperança arrefecem,
Adornando a fronte inocente
De gente, pobre gente,
Gente que sente no âmago o fel da vida
Que subindo rola pela descida
Que come o pão embebido no suplício
Que tem na boca sorrisos fulgentes de sacrifício
Que tem no estômago apenas o vazio
E que nas suas veias corre o tenebroso frio
Obrado pelas quentes lágrimas.

São lágrimas de angústias,
lágrimas de sofrimento,
de da vida indústrias,
indústrias de tormento.
O homem já tem os olhos túmidos,
mas os sonhos húmidos
De esperanças de alegria,
e de sorrir perpétuo um dia.
Será que nunca mais esta fonte vai secar?
Será que este tormento nunca mais vai parar?


As lágrimas estão descendo de forma contínua
Compassadas por uma melodia longínqua,
melodia melancólica
De uma vida sem pesares e sem cólicas.


São lágrimas que descem, fontes de sofrimento,
Lágrimas tecidas e compiladas de descontentamento.
Será que este choro nunca mais vai calar?
Será que esta fonte de dor não vai secar?


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