E então Shawn disse: Eu resolvi mais crimes do que sei contar… porque eu resolvo muitos crimes e não porque não sei contar.
Às vezes tenho medo de simplesmente sentir-me cativado pelos personagens de “Psych” e sobrevalorizar os episódios, por isso peço, alguém por favor me diga que “Psych” não é tão genial quanto eu penso.
Tudo o que é “nerd” e “pop” é visitado por “Psych”, já tivemos temas (vampiros, lobisomens, etc.), séries (alguém se lembra de “Twins Peaks?”), filmes (até de Bollyhood) e desta vez, um formato diferente, a nona arte, com os super-heróis. Ainda uma visita ao filmes do Super-homem, quando aparecia uma notícia no Daily Planet, rodando até ocupar o ecrã, só que a brincadeira aqui foi feita com um iPad ou “tablet” qualquer (não sei, e não interessa), e também houve alguns momentos de fazer inveja ao “The Cape”.
Tirando os momentos de piada, vendo a outra vertente, gostaria de salientar a conversa entre Shawn (James Roday) e Juliet (Maggie Lawson) sobre a sua relação, onde ele diz que não precisa estar sempre de acordo com ela para que tenham uma boa relação e exemplifica com o seu relacionamento com Gus (Dulé Hill). Shawn é inteligente, porém, por vezes, é um autêntico contraste, toma atitudes infantis na maior parte do tempo, mas mostra quase sempre uma maturidade tremenda. Acho que o romance destes dois está a ser bem doseado, mostram que a relação está a aprofundar-se, mas não perdem tempo com ela, quanto muito umas duas doses de conversas bem servida para mostrar a sua evolução.
Falei da maturidade de Shawn lá em cima, mas aqui vou falar da sua insegurança. Como já tinha dito, ele é um tremendo antítese, pois só uma pessoa ultra-confiante tomaria as atitudes que ele toma, na maneira como aborda as pessoas, mas todas as suas atitudes por vezes parecem máscaras para esconder a sua insegurança. Aqui entrou outra vez em competição com “The Mantis” porque este estava a ser elogiado, principalmente por Juliet.
Agora tenho de ir para a série. A história desta vez é sobre um vigilante que aparece na cidade e começa a limpar a bandidagem, o que causa duas reacções antagónicas da força policial: a admiração e o contentamento de ele estar a ajudar a lei e a necessidade de pará-lo, porque apesar disso está a margem da lei. E tal como não podia faltar, houve uma referência ao vigilante #1 do cinema: Charles Bronson. Entretanto houve aqui uma lacuna. Shawn percebeu que “The Mantis” tinha plantado uma evidência, mas nos momentos seguintes essa história não voltou a ser tocada e ele deixou-a passar em branco, ajudando mesmo a ilibar o “The Mantis”.
Não sei mesmo o que falar sobre o episódio, já devem ter notado pela maneira como estou a saltar de assuntos entre os parágrafos, porém não é porque não tenha onde pegar no sentido negativo, mas porque é um episódio bem sólido (desconsiderando a parte da evidência que apontei) e muito engraçado. Esperava no entanto que Gus usasse o seu super-faro neste caso, mas preferiu ser o “Tap Man”, falhando os seus alvos com uma técnica cujo único efeito que poderá ter nos “atacados” é um posterior ataque de riso quando se lembrarem da situação. Não me lembro em que temporada Gus levou Lassiter para aprender a fazer sapateado, através do qual este aprendeu a alcançar a paz interior e a aclarar a mente, ou seja, já sabia que ele fazia sapateado, mas só achei um tanto forçado que ele use sapateado com técnica de combate… eu disse, forçado, não disse não-cómico.
Tem momentos em que Shawn e Gus são extremamente irritantes, como na cena onde se embaraçaram e caíram, acho que exageram no “c’mon, son”, sei que querem introduzir o termo para a série, mas podiam fazê-lo de uma forma mais gradual e discreta, tipo o “bazinga” de Sheldon, que ele agora não diz (bem, já estou a misturar as coisas). E a cena final, estúpida e engraçada, mas irritante na mesma, pois parece-me irreal.
Gostava que tivessem tempo para Woody, mas se nem o têm para os personagens do elenco fixo, como Karen e Spencer, compreendo que não o tenham para ele.
Não posso referir-me a todos os momentos engraçados de “Psych”, porque o “timing” entre as piadas é demais, mesmo que todas não funcionem, por isso, é melhor deixar que cada um eleja o seu melhor momento.
Em resumo, este episódio é mais uma pérola de “Psych”.
Shawn: … E tens uma tatuagem de um bullmaster.
Reynolds: É a minha avó.
Shawn: Ela está a fingir ser um bullmaster?… (embaraçado) Aposto que ela está a parar o trânsito no céu?
Reynolds: Ela não está morta.