E então Lassie disse: A única coisa que se compara com a alegria que eu tive foi quando o Chuck Norris discursou na Convenção de Armas em Aberdeen.
Já foi há muito tempo que eu vi as anteriores temporadas de “Psych” e já não sei dizer qual foi a melhor, porém acredito que esta, se mantiver este ritmo com que começou, será de certeza a melhor, o que seria bastante bom, visto que boa parte das séries do género, a esta altura manifestam-se sem ideia e gastas, procedendo a pura reciclagem. É claro que “Psych” recicla (e como!) as revelações finais não surpreendem a ninguém, o que diverte, no entanto, a razão porque eu vejo “Psych” é a forma como lá chegam. Este novo fôlego no “Psych” é um regalo para os acompanhantes da série.
Não é a primeira vez “Psych” trata de eventos “sobrenaturais”, já tivemos um episódio com um psíquico (Shawn.2), com zombie, com múmia, com fantasma, com lobisomem, agora, chegou a vez dos vampiros. O tema que abriu o episódio apontava directamente ao assunto que ia ser tratado, e o título, uma referência crepusculeana ou pelo menos à paródia do filme, “Vampires Sucks”, pois como vimos, “This Episode Sucks”, fazia já por si uma introdução.
A história começou com Lassiter (Timothy Omundson) a ser engatado num bar, o que devido ao tema do episódio cria logo desconfianças, é claro que sabemos que não existe vampiros (ou por vezes receamos que eles caiam no ridículo de dizer que existem) e que tudo não passará, como das outras vezes, de uma situação caricata com uma explicação lógica que se pareceu o que pareceu foi pelas crenças dos envolvidos, mas mesmo assim. Desconfiamos da pessoa que aborda Lassiter, mas lá pelo meio vemo-nos a rezar para que tudo dê certo com ele e que o óbvio não fosse óbvio, principalmente depois de nos ter sido mostrado o estado esfrangalhado em que ele se encontra emocionalmente. Não queria que a minha mãe virasse lésbica aos 53… mas depois que a Altea lhe faz feliz de uma maneira que o meu pai nunca pôde.
E pela segunda vez vemos Lassie a agir para lá da sua lógica, colocando-se fora da sua caixa de areia. Da primeira vez, numa das temporadas passadas, foi porque estava farto de ver Shawn (James Roday) a resolver casos com suposições irrisórias, desta vez embarcou na teoria absurda de Shawn; mas de ambas as vezes, podemos concluir, fê-lo por insegurança. Houve um tempo em que eu me divertia em ver Lassiter a meter os pés pelas mãos, mas acho que esse sentimento está absolutamente mudado, principalmente depois das suas intervenções nos três últimos episódios, e ainda mais pela forma como jurou a Shawm proteger Juliet (Maggie Lawson).
A relação Juliet-Shawn foi deixada em stand by e, ainda bem, pois realmente não fez falta nenhuma, o episódio teve assunto suficiente para preencher os quarenta minutos sem precisar desse enchimento.
O episódio foi uma festa para vampiros, mas sobressaiu mais a história de Lassiter, por isso, fiquei apenas nele. Entretanto, vou falar de Woody (Kurt Fuller), que só apareceu um bocadinho, num registo não muito cómico, e de Henry (Corbin Bernsen) que, não me parece ter muita função ultimamente, senão a de dar a cara. Woody, no entanto, parece ter conquistado o seu lugar ao sol e, pelos vistos, vamos tê-lo a temporada toda a aparecer, mesmo que por um instante, e aposto que se lhe derem mais corda, ainda é capaz de para o elenco fixo.
Hum… este review estava a ficar bastante estranho, porque não é possível falar de “Psych” sem Shawn e Gus (Dulé Hill), e eu quase que o ia fazer. Bem, eu sei que Shawn e Gus são personagens fictícias, mas por vezes dou por mim a perguntar: estes gajos existem mesmo?A infantilidade dos dois é algo necessário para a série e, sei lá, de invejar, pelo menos por mim que gostaria de ter menos siso no meio de outras pessoas, entretanto por vezes descamba para o ridículo. Gus, oh, Gus… a cena com o clorofórmio serviu-lhe mesmo bem.
Paralelo aos vampiros referenciados e aos filmes de vampiro, e até a séries*. Ainda tivemos uma homenagem a Clint Eastwood, com referências que ajudaram Lassiter a encontrar a sua alma gémea. A cena final na prisão, digno de um filme de Bollywood, ou dos dramas dos anos 50, foi divertida. Ah, quase que me esquecia, não só Shawn, Gus e Tarantino sabem quem é Blácula, eu também sabia, mas acredito que só eu e mais uns quantos gatos pingados que não limitam a sua cinefilia a filmes pós-”Matrix” é que sabemos.
Shawn: Ele tem uma doença chamada Don Skarsgard*, precisa de muito sangue O-negativo e tem de roubá-lo porque não tem plano de saúde.