Parafraseando não sei quem: É melhor arrepender-me por algo que fiz, do que por algo que poderia ter feito, mas não fiz.
Esta semana parece que o que se passa com os nossos amigos pode ser simplificado por essa frase, todos têm que tomar uma decisão e num curto espaço de tempo, para evitar (ou criar mais) evoluções futuras.
“Bored do Death” neste episódio esteve bem, trazendo Jonathan (Jason Schwartzman) de volta a mais um caso pseudo-detectívico, e, como ultimamente tem sido uso, conta com a ajuda de Howard (Patton Oswalt) que agora é o seu “Q” (numa aproximação a James Bond). E, ah, acharam que não valia a pena afastar Jonathan de George (Ted Danson) por muito tempo e voltaram a uni-los o mais rápido possível. Fora interessante essa separação no episódio anterior e embora eu não acreditasse na sua duração, esperava que eles tivessem a coragem de a manter, mas ao que tudo indica parece que teriam dificuldades em gerir a série com o trio separado.
Apesar de tudo esse bocado de tempo afastados gerou momentos interessantes, o que levou a um dos pontos mais cómico do episódio: o gabinete de aconselhamento. Eu gostaria de ver a terapeuta (Sarah Silverman) a aparecer mais vezes, pois tem uma presença e tanto (ou a sua cara bonita fica bem na tela) e a sua postura agressiva, à la ”mistress”, com um toque de adepta de jogos “sado-maso”, poderia torná-la interessante para corrigir Jonathan e, visto que provavelmente vai acabar na cama com George, ver se o dominava, posto que ele está habituado a ficar por cima, a ser o controlador. Eu queria mesmo ver a interacção destas três figuras. Aliás, talvez até pudesse ser uma “mãe” mais impositora e menos desleixada para Ray (Zach Galifianakis), ajudando-o a mudar também. Ok, eu sei que é muita coisa, mas ela tem esse potencial, e provavelmente ela é a metáfora de Lady Macbeth que aparece no título (embora Jonathan também pudesse vestir essa pele).
Outro ponto cómico foi a interacção entre Ray e Green (John Hodgman), despertando este uma confusão sexual naquele. Ray parece ter atingido o seu apogeu sexual, tornando-se atraente para quem quer que seja, e parece tão surpreso e intrigado com a sua reacção a Green que nem sequer quer contar aos amigos o que se passa. Não é a primeira vez que um dos trio lida com questões homossexuais, George já quisera experimentar a homossexualidade, esperando desta forma encontrar a sua “mulher interior” e consolidar o seu eu, mas parece que a forma do seu assunto é diferente da de Ray.
E eu disse que “Bored To Death” tinha-se tornado “hardcore” e parece que não me enganei. A cena com Leah (Heather Burns), que, tal e qual aconteceu com Jonathan-George, acharam que não valia a pena deixarem-na afastada de Ray, embora só tenha servido para meter a piada do pentelho branco e não propriamente para ser chocante e ousada, acabou por se exactamente isso pela maneira como foi introduzida. A piada foi engraçada, mas a situação e a sua justificação foi bastante forçada. Mas sei lá, todos os casais têm de quando em quando a sua pancada.
O resumo desta semana é isto: Jonathan e George vão a um conselheiro (ou terapeuta) de amizade e acabam por ficar juntos, mas não por causa disso; Ray anda a cornear Leah com Belinda (Olympia Dukakis), com quem está a criar laços; Green, carente de atenção, apaixona-se por Ray. Não foi um dos melhores episódio, mas esteve bem acima do anterior.