O leproso no meio se emaranha
Para ver esse Jesus por quem velam.
Mas ao leproso as pessoas não deixam
Realizar a planeada façanha:
Achegar-se a Jesus que não se estranha
Com nada que os homens dele desejam.
Mas, aumentando o furor da insistência,
Lá, o leproso, a amálgama passa:
– Senhor, creio na sua indulgência,
Se quiser, pode fazer-me sarado.
«Quero», diz Jesus. E nem lhe abraça,
O leproso, pela fé, fica curado.
Naquela época, já lá vai tempo, quando escrevi isto, ainda acreditava em Deus e em toda a sua prole cristã, no entanto, apesar de hoje me sentir ateu, ainda acredito na força da fé.