6 de agosto de 2011

A FORÇA DA FÉ (soneto)


Muitas pessoas se acotovelam 
Porque Jesus desce da montanha,  
O leproso no meio se emaranha 
Para ver esse Jesus por quem velam.  

Mas ao leproso as pessoas não deixam   
Realizar a planeada façanha:   
Achegar-se a Jesus que não se estranha    
Com nada que os homens dele desejam.  

Mas, aumentando o furor da insistência,   
Lá, o leproso, a amálgama passa:   
– Senhor, creio na sua indulgência,  

Se quiser, pode fazer-me sarado. 
«Quero», diz Jesus. E nem lhe abraça,  
O leproso, pela fé, fica curado.






Naquela época, já lá vai tempo, quando escrevi isto, ainda acreditava em Deus e em toda a sua prole cristã, no entanto, apesar de hoje me sentir ateu, ainda acredito na força da fé.
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