3 de junho de 2011

HOMEM DA TERRA, O, 2007 (The Man From Earth)


Definir The Man From Earth (o título em português não é oficial) é muito fácil: estonteante. É um dos melhores filmes que vi este ano.

O seu realizador, Richard Schenkman, ou por ser muito simpático ou por saber que este não é um filme que triunfa no cinema (o filme é independente), deu autorização para ser pirateado e baixado na net por quem quiser, por isso, sem crise de consciência, deixo aqui o link para um site onde o encontrei: download aqui.

A história é formada sobre esta pergunta básica (e insana mesmo para Matusalém, convenhamos): E se alguém pudesse viver 14000 anos?

Sempre gostei de ficção científica, e quase todos os filmes de ficção que eu via ou eram ambientados no futuro ou tinham computadores super-inteligentes, ou aliens, ou armas que cuspiam luz, e a maior parte deles não tinha nenhum outro assunto realmente científico e podiam ser localizados em qualquer outro sítio que não fariam diferença nenhuma. Entretanto, The Man From The Earth (como alguns poucos) consegue ser exactamente o oposto: uma ficção científica que podia acontecer na nossa sala, ou na casa do vizinho, que não recorre a nenhuns efeitos especiais para dar a ideia de sofisticação, aliás, muito pelo contrário a fotografia ora granulada parece muitas vezes amadora e filmada a luz natural e com uma câmara descartável.

São oito pessoas no filme (os sete dias mais Deus, remetendo a Chesterton?), quatro cientistas, uma estudante, uma religiosa, uma amante, e o nosso homem. Entretanto, em hora e meia, todas essas pessoas são definidas e ganham dimensão, conseguimos saber como são e conseguimos isolá-los do grupo e decidir se queremos criar empatia com eles, não há (talvez tiremos a estudante) uma única personagem sem personalidade e clichet, se não contarmos com as características inerentes ao tipo de trabalho de cada um.

trailer

Eis o resumo: um professor universitário, depois de dez anos decide mudar de cidade, e recebe uma visita de despedida dos seus melhores amigos e ali conta-lhes que tem 14000 anos e que veio do paleolítico. A partir daqui segue o drama, a comédia, a filosofia, a psicologia, a História e o homem (a ciência e a fé, ora fundidas, ora divididas).

O cenário é bem resumido, mas o campo abarcado pelo filme é bastante, bastante extenso, e o filme cativa desde os primeiros minutos, principalmente porque começa com o essencial, o resumo acima acontece nos primeiros cinco minutos, o resto é do melhor. Raras vezes me diverti, me emocionei e aprendi ao mesmo tempo como com este filme. As suas falhas (como o facto de ele ter conhecido todas as pessoas notórias da antiguidade), e algumas soluções fáceis, são bem desculpáveis considerando o quadro geral. Além de ser uma prova de que não é uma carrada de dinheiro que faz um bom filme.

Conclusão: altamente recomendável.





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