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A TERCEIRA GRANDE RUTURA apareceu com a era eletrónica, coincidente com a chamada segunda revolução industrial, mas ganhou mais força com a terceira revolução industrial, após a Segunda Grande Guerra. Definiu-se assim de uma maneira mais contundente o setor terciário, começando a sobrepôr-se aos demais setores, tal e qual aconteceu depois da segunda rutura, quando o setor secundário se sobrepôs ao primário. A sociedade e tudo o que lhe está a montante, como é óbvio, voltou a sofrer novamente outra modificação profunda.
O dinheiro-papel teve que sofrer uma reforma. Como as transações aconteciam a largas distâncias e em tempo real, a moeda-papel precisando de viajar de um sítio para outro sempre que esses negócios fossem feitos, mostrou-se não ser prática, e para corrigir essa falha nasceu a moeda-electrónica, também ela fiduciária, porém mais intangível ainda que a primeira.
Também a moeda-electrónica (não confundir com os bit-coins que nasceram essencialmente da internet) correspondia a um equivalente a moeda-papel, mas tal e qual o ouro já não era suficiente para corresponder ao valor da moeda-papel, também esta não é suficiente para corresponder à moeda-eletrónica.
Este facto de o próprio dinheiro servir como produto e por já nem precisar de suporte físico leva a que haja grandes especulações financeiras e cada vez mais dinheiro nos grandes bancos, embora nos mercados comuns e para a população haja uma míngua. Isso possibilitou também a liberalização económica desenfreada que permite às grandes empresas canibalizarem as pequenas. Essa prática já existia desde a segunda rutura, no entanto, as tecnologias de informação retiraram-lhe várias barreiras, permitindo-lhe que se expandisse e se transformasse nesta aberração que hoje vemos.
As fronteiras estreitaram-se ainda mais, a globalização tornou-se mais percetível, os países perderam parte da sua soberania, obrigados a dobrar perante os bancos e os grandes mercados (entenda-se mercados especulativos, onde o dinheiro é o próprio produto, intangíveis) – vejamos o caso dos países PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) onde quem realmente governa é a Troika ou o Banco Central, bancos estes privados e com interesses próprios, que procuram o lucro para os seus acionistas e não para os países que fazem parte da sua organização.