O meu género musical preferido não é determinado nem determinável, de tempo em tempo vem-me uma pancada por um género musical ou por algum artista e é o que mais consumo. Há uns dois anos o meu género musical foi tango, e foi nesse dias que conheci CALLE 13, atráves do Tango del Pecado, a letra era muito divertida e o ritmo, aquela mistura de reggaeton e tango, despertou-me curiosidade sobre ele. Procurei por músicas de CALLE 13 e transferi a minha pancada de tango para reggaeton.
tango del pecado (residente o visitante)
CALLE 13 lançou em Novembro passado o seu quarto álbum, Entren Los Que Quieran, e, José, Maria e Jesus!, é um álbum 100, ou 98, considerando que apenas umas duas músicas são trémulas, trémulas em comparação com as restantes do mesmo álbum, porém, considerando o conjunto dos álbuns são muito bons.
CALLE 13, começou com o álbum Calle 13 (2005), apresentando logo uma sonoridade destacada dos restantes reggaetoneros. O próprio reggaeton, que só por si é uma fusão de música caribenha, funk, reggae e não sei quantas, foi à mão de CALLE 13 fundido com outros ritmos latinos: tango, mambo, salsa, e outro não sei quantas, e ganhou um brilho sonoro aliciante, pela sua frescura, ousadia e diferença.
O segundo álbum Residente o Visitante (2007), que são os nomes dos dois integrantes, foi uma escorregadela, tentaram repetir a fórmula, e não inovaram muito, saindo dali um álbum aborrecido, com uma quatro canções que se salvam, e suportável apenas pela letra provocatória, satírica e, por vezes, ordinária, porém, mesmo assim, adormecida em relação à do álbum anterior.
p'al norte, ft orishas (residente o visitante)
No terceiro álbum, Los de Atras Vienen Comigo (2008), que também podia ser chamado Calle 13 pt. 2, conseguiu recuperar reformulando a fórmula do primeiro álbum e aventurando-se mais, conseguiu um álbum sonoramente bem melhor que os dois anteriores, com letras mais ácidas, mais incisivas e provocatórias, porém mais afastado da crítica social que fez nos dois primeiros álbuns.
Com este Entren Los Que Quieren (2010) CALLE 13 reformulou-se, reinventou-se, experimentou-se, desafiou-se, e conveceu-se a si mesmo e a mim também que é um génio musical (bem, eu já estava convencido que era). Neste álbum, CALLE expandiu-se experimentando sonoridades alternativas, conhecidas e desconhecidas, desde músicas que lembram aos desenhos da Disney, passando pela sonoridades mandinga, árabe ou indiana, latina, rock, e um som perdido entre o samba de Brasil, o semba de Angola (este mais discreto), gumbé de Guiné, funaná de Cabo-Verde (isto porque ouvimos o som onde estava uma pessoa de cada um destes países e cada um reclamou que o ritmo pertencia ao seu país), na verdade é um ritmo carribenho, merrengue.
vamos a portarnos mal (entre los que quieren)
Não sei mais o que dizer, já estou a perder o fio.
Eis um álbum que deve ser ouvido. Eis um grupo que merece ser escutado. Destaque para El Hormiguero.
Estou ansioso pelo quinto álbum de CALLE 13, esperando que a evolução se mantenha.
bónus
calma pueblo (entren los que quieren)
Em termos de nota de rodapé:
Residente, o vocalista, possui uma dicção muito boa, que apesar de falar em espanhol é facilmente compreendido por português.
As capas dos álbuns, tirando a do Residente o Visistante, são sempre provocatórias.
Tanto o nome Calle 13, como os nomes Residente e Visitante, têm por trás uma história.