15 de dezembro de 2011

JUDAS, O OBSCURO - Thomas Hardy (1895) - um orgulho da literatura


Thomas Hardy, que é não é de quem vou aqui falar, é provavelmente mais conhecido por Tess de d’Ubervilles, um livro que, há muitos anos já, tentei ler, mas não me despertou muito interesse e acabei por abandonar (sim, sempre tive dificuldade em ler prosas muito descritivas que por vezes beiram a técnico, mas isso é outra história), porém Judas, O Obscuro poderia até ser o seu livro mais icónico. 

Judas… é uma tragédia, uma história de amor cativante e perturbante por parecer vívido e real. Eu costumo aconselhar àqueles a quem recomendo o livro que, a dois terços do fim, cessem a leitura, a não ser que gostem de levar com murros no estômago.
As mais clássicas tragédias, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Píramo e Tisbe, tiveram o seu final resultante de um erro, de um desencontro, e isso faz com que Judas… se destaque grandemente nesta categoria porque resulta de uma deliberação.

Judas… não é um livro que acaba logo depois de fechar as capa, principalmente porque a última frase é tão ou mais perturbadora que o livro todo (considerada depois de toda a leitura, é claro).

Porém, Judas… tem uma fraqueza: o início, um tanto morno e que não prende logo a atenção. No entanto, lá pelo segundo capítulo, só queremos chegar as últimas páginas, e quando estamos perto delas desejamos estar no meio do livro, não queremos nunca que acabe, tal é o embalo. E mesmo o teor descritivo do livro, as paisagens, a arquitectura, a cidade, que a mim me chateia imenso, torna-se delicioso. As análises psicológicas dos personagens, a sua descrição e tridimensionalidade são outros pontos forte dos livros.

A história de Judas…, já agora, é sobre um rapaz chamado Judas, que deseja ser maior do que o sítio onde nasceu, porém, muito ingénuo acabou em laços que não desejava, e que depois encontra a libertação na sua prima, outra pessoa que, tal como ele, tem grandes aspirações.

Judas, O Obscuro, foi o livro mais fascinante que eu li em 2006 (quando escrevi estas notas), aliás, até uma amiga minha, devoradora insaciável de Nicholas Sparks confessou-me, depois de lhe ter emprestado o livro que nunca tinha lido igual.

Eu sei que para o, provavelmente, melhor livro que já li, no seu género e mesmo fora dele, este post não é brilhante e falta-lhe entusiasmo, no entanto, isso não me impede de garantir: Judas, O Obscuro é uma obra-prima, uma leitura obrigatória.

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