Mas vejo tantas coisas que não creio;
Vejo, olho, revejo, não sem receio,
Coisas que no meu peito inculcam frio.
Atravessa-me o pensamento um fio
De ideias sem princípio, fim, ou meio,
Que apenas dos ciúmes são recheio.
E que das lágrimas acorda-me o rio.
Velejo com o meu pensar no nada,
E nesta falsa estação, vejo tudo
Que me faz desquerer a minha amada.
Vejo mil promessas nessas imagens,
Também a outros dadas em veludo,
Mostrando-me o quanto eram miragens...