23 de setembro de 2012

AINDA ARDE A MINHA CHAMA

Reconheço, foi tão intenso no começo,
Nunca vivi coisa igual, eu confesso,
Ainda hoje quando me lembro, embeveço,
E quando penso que é o fim, enlouqueço.

Devo partir mas com o vau eu não atino,
Tento, mas não consigo, pareço um menino,
Sei que é hora, fizeste soar a sino,
Mas não quero ir, quero mudar o destino.

Não devo ficar preso a ti como um inválido,
Não devo deixar o meu mundo esquálido,
Não devo ter o meu alento assim tão pálido,
Devo buscar uma nova vida de modo cálido.

Pois porque eu morro não vais negar viver,
Não vais deixar de buscar lazer e prazer,
Já não queres mais saber, nem me queres ver,
Por isso devo viver a sério e devo te esquecer.

Eu sei, tudo vai mudar se eu encontrar alguém,
Mas como sou louco por ti não me dou a ninguém,
Quero tanto, mas não consigo, tu és o meu bem,
És tu o infinito sonho que a minha alma tem.

Aqui estou, tão frustrado, fazendo um alarde,
Porque tão vivo no meu peito a chama arde,
Alimento em ti esperanças, sou covarde...
Mas se me queres, volta, antes que seja tarde.
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