Quando
especialistas se juntam para discutir se bombardear Pyongyang ou bombardear
Síria é sustentável ou não, sabemos logo que algo não está bem.
E a questão nem sequer está na destruição premeditada em nome do capital, mas no uso do termo "sustentável", que é agora bastante indiscriminado e quase sempre confundido com "lucrativo". Isto faz com que ações realmente “sustentáveis”, desenvolvidas por pessoas com visão de “sustentabilidade”, passem despercebidas, diluídas no meio destas vacuidades que por aí proliferam.
E a questão nem sequer está na destruição premeditada em nome do capital, mas no uso do termo "sustentável", que é agora bastante indiscriminado e quase sempre confundido com "lucrativo". Isto faz com que ações realmente “sustentáveis”, desenvolvidas por pessoas com visão de “sustentabilidade”, passem despercebidas, diluídas no meio destas vacuidades que por aí proliferam.
Só há poucos meses ouvi falar da PALOMBAR (até pensava que era uma fabricante
de sanitários, enganado pelo seu logótipo), é uma organização cuja missão é de preservar o
património natural e construído, e tive a oportunidade de cooperar com ela, no 5º Encontro de Arquitectura Tradicional e Sustentabilidade,
e de conhecer e descobrir a dimensão dos trabalhos que ela tem desenvolvido em
função da sua missão.
Andei durante três dias espantado
pela forma como uma associação que coordena dezenas de jovens voluntários vindos
dos quatro continentes, consegue funcionar com uma fluidez, rigor e
simplicidade, num ambiente todo calmo e descontraído… Mas agora acho que a
resposta se encontra nos cabelos precocemente brancos dos seus dois jovens
dirigentes.
Através da PALOMBAR pude conhecer
outras organizações que trabalham também na defesa do património construído e no
ensino e propagação da bionconstrução, como FUNDACIÓ EL SOLA e
a ESPIGA (que desenvolveram,
respetivamente, os seguintes sites WIKIPEDRA e a BIOCONSTRUPEDIA) e
ainda conheci estudantes do património arquitetónico tradicional e profissionais
e defensores da utilização dos materiais e técnicas tradicionais e da
necessidade de aprender com os construtores de passado para melhorarmos o futuro.
Por exemplo, a utilização da terra (adobe, taipe, taipa, tabique, entre outros),
tão rejeitada nas últimas décadas, está a voltar à vida pelas mãos de arquitetos
famosos, como se pode ver neste site de Elisabetta Carnavalle.
A defesa do património
tradicional (material ou imaterial) e a defesa do meio ambiente são ações
sustentáveis e para as quais devemos prestar atenção e contribuir da melhor
forma que pudemos. É bom verificar que existem por aí organizações como a
Palombar e tantas pessoas individuais envolvidas neste trabalho que às vezes
parece infrutífero. Mas se a Talmude diz que quem salva uma vida salva um
mundo, então…