19 de fevereiro de 2009

WHITE PRIDE RELOADED

Tinha dito que ia falar do post anterior WHITE PRIDE, demorou, mas finalmente. Vou tentar seguir parágrafo a parágrafo o texto e dizer os pontos da discordância.

Existem os americanos-americanos, disse o autor, e outros tipos de americanos cuja justaposição do nome se faz com outros identificadores tais como hispano, sino, afro, luso e não sei quantas. Pois bem, ele tem razão, tem mesmo. Mas quem inventou isso, essa diferenciação, não foram os americanos que se julgaram americanos puro-sangue, e que, portanto, os outros mereciam outras identificações que lhes mostrassem a diferença? Nativos americanos para os índios. Mas nesse contexto os índios são os puro-sangue, porque os restantes vieram da Europa levados pela colonização. E se eles deixaram de ser europeus, ou euro-americanos, para serem apenas americanos, por que não eram os pretos nascidos na América apenas americanos?

Os pretos e os outros julgam que não são racistas isso é certo. Mas todos são, os Panteras Negras e companhia eram todos racistas, aliás, até mesmo Ghandi era racista; porém tem uma coisa entre ser racista porque se tem que lutar pelos direitos e defender-se e ser racista porque se quer negar os direitos a alguém que seja diferente. Então, comparando as coisas, o do primeiro grupo seria auto-defesa, não propriamente violência exercida, por mais violento que possa ser. 

Conheço pretos que por dá cá aquela palha dizem: os tugas são racistas… e de facto, boa parte tuga é. Mas eles, esses pretos também não percebem que podem ser racistas, porque são pretos. No filme “Ganda Moca Meu – A Fuga”, há uma cena no aeroporto onde um dos protagonistas é chamado para uma revista aleatória e começa a discutir que isso aconteceu porque era indiano e a acusar o revisor de ser racista, ao que este responde, com estranheza: “Dude, I’m black”. Ou seja, eu sou negro, sinónimo: não-racista. Não, não ser negro não significa não ser racista, e que não se reproduz o racismo, há negros que tratam negros tão mal quanto brancos. São racistas sim, quando a diferenciação é baseada na raça, é racismo.

Entretanto, dificilmente podemos identificar um grupo de negros racistas no meio de brancos racistas, porque eles constituem a minoria. E o que o autor do texto anterior se esqueceu de observar é que os grupos que chamou constituem a minoria e são oprimidos. Por que é que há o dia das mulheres? Não porque elas sejam a minoria, mas simplesmente porque foram minorizadas, escravizadas durante tempos, impedidas de trabalhar, impedidas de votar, de tal forma que acabaram por criar um dia para se manifestarem. O dia de orgulho branco é todos os dias, deviam sentir-se ditadores por causa disso, visto que aos negros só é reconhecido um dia.

Não faria sentido algum na África os negros instituírem o dia de orgulho negro (aliás até acho uma parvoíce o 25 de Maio), porque lá todos os dias é-se negro sem que isso seja ofensa a ninguém. Nem se faz marcha para direitos dos pretos na África, porque se esses direitos não existem nalguns países ditadores, não é porque o canto oposto seja branco, mas ditador. Entretanto, os pretos fazem marchas no mundo branco pedindo direitos porque quem lhes rouba esses direitos são os brancos.

Não creio que haja sentido em falar de orgulho branco sem que isso seja mesmo racista, porque a História diz que os brancos colonizaram o mundo e impuseram-se. Entretanto, concordo que se deve refrear essa treta de racismo praqui e racismo praí, porque, na maioria das vezes, é fútil e acaba por criar problemas que nem sequer deviam ser problemas. Por exemplo, no filme “Superbad” há uma cena em que um polícia se dirige a uma testemunha, que era preta, mas não quis chamá-la de preta porque isso podia ser considerado racismo.

Epá, somos todos homens, somos, existem diferenças, existem, pode-se aceitar a diferença numa boa e conviver com ela, afinal isto não tinha piada se fossemos todos iguais, além de que não podemos ser todos iguais, mas essa história deve ser contada mais para aqueles que tiram os direitos dos outros, porque aqueles a quem os direitos são tirados sofrerão mais se se colocarem na posição de dar a outra face.

Conclusão, quando li na primeira vez o texto WHITE PRIDE reconheci-lhe algum sentido, mas agora que estou a acabar este texto, sem mesmo dizer tudo o que podia ter dito, ou analisar todas a vertentes do texto white pride, salvo determinados pontos, reconheço infantilidade e uma análise parva e superficial no texto e agora rotulo-o de risível.

11 de fevereiro de 2009

ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA

Arquitectura bioclimática é um tema muito em voga. As construções agora devem ser todas elas bioclimáticas devido a variadas razões, pois por quê gastar quando se pode poupar.

Muitas vezes pessoas mais leigas que eu julgam que arquitectura bioclimática é simplesmente promover benefícios energéticos nos edificados, entretanto...

Leiam os manuais. Disponho aqui dois que vai tirar qualquer dúvida a qualquer um (julgo eu, pois ainda continuo com as minhas, mas simplesmente porque sou lerdo a aprender), e ensinar aquele que está já sem dúvida.

Disponham.


Download: Arquitectura Bioclimática