4 de julho de 2018

SORONDA - REVISTA DE ESTUDOS GUINEENSES (Lista dos artigos da 1ª série)

É muito comum os guineenses, inclusive "professores", dizerem: não há estudos sobre a Guiné-Bissau. Eu também o disse durante muitos anos até ter descoberto o contrário. 

É verdade, todavia, que há uma diferença abismal entre o que se fez e o o que poderia ser feito, significando que muitos estudos estão por fazer; e é certo que há muitas áreas negligenciadas (a arquitetura e o urbanismo, por exemplo), mas em qualquer delas, existe sempre um ou outro exemplar. 

SORONDA -  REVISTA DE ESTUDOS GUINEENSES, uma publicação do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), reúne vários artigos de interesse sobre a Guiné-Bissau. Os números produzidos encontram-se digitalizados e disponíveis nesta página: Casa Comum

Duas séries foram produzidas: a primeira, semestral, de 1986 a 1995, com 20 números; a segunda (Nova Série), anual, de 1997 a 2004, produziu 8 números, foi interrompida até 2017, e lançaria o 9º número em julho desse ano.

Como as revistas estão em formato de imagens não pesquisáveis, é sempre uma chatice encontrar artigos que me interessem ou voltar a eles depois de encontrados, por fiz esta lista para me ajudar nessa tarefa e creio que poderá também ter alguma utilidade para alguns investigadores ou curiosos sobre a matéria da Guiné-Bissau.

Aqui, contudo, só disponibilizo a lista da primeira série; quando acabar de listar a segunda, vou também partilhá-la. Aproveitem.



SORONDA, 1ª Série


N.º 1, janeiro de 1986
AUTOR
ARTIGO
Carlos Lopes
A Guiné-Bissau à procura de uma modelo social 
Carlos Cardoso & David Gonzalez
A reconstrução da história contemporânea da Guiné-Bissau através da oralidade
Diana Handem
O arroz ou a identidade dos Balanta-brassa
Gertrud Achinger
Família guineense: estabilidade e transformação
Abdulai Silá
Aproveitamento da energia solar na Guiné-Bissau: perspectivas e problemas
Rui Ribeiro
Os censos e as sociedades camponesas
Alexandre Furtado
Investigação sobre a história do ensino na Guiné-Bissau
Jean Pierre Lepri
Contribuição para a análise sociológica da Guiné-Bissau actual
David Gonzalez
25 anos de estudos africanos na América Latina
1. Jean Pierre Lepri
2. D. Vicente
Notas de leitura:
1. Guinea Bissau: from shadow toward light? (ou da sombra para a luz), de Carlos Lopes
2. A primeira visão de conjunto sobre a missionação na Guiné, de Henrique Pinto Rema

N.º 2, junho de 1986
AUTOR
ARTIGO
Diana L. Handem
Ciências sociais e políticas de desenvolvimento
Carlos Cardoso
Sociedade-Indivíduo-Crime: Contribuição para uma nova abordagem criminológica
Jean Pierre Lepri
Sobre as Causas do insucesso escolar
Jean Louis Rouge
Uma hipótese sobre a formação do crioulo da Guiné-Bissau e da Casamansa
Djibril Baldé; Serifo Mané & Graça Santos
Estudos e Pesquisas sobre a Música Tradicional
A. Fonseca
Reflexões sobre o Sector da Energia
Carlos Lopes
O desenvolvimento desigual no pensamento de Samir Amin
1. Mário Santos
2. Jean Pierre Lepri
Notas de leitura:
1. Guinea-Bissau alfabeto: um momento de reflexão sobre a realidade nacional
2. A lição bijagó

N.º 3, janeiro de 1987
AUTOR
ARTIGO
Carlos Lopes
Homenagem a Aquino de Bragança
Carlos Cardoso & Rui Ribeiro
Considerações sobre as estruturas sócio-económicas das sociedades agrárias e a sua evolução histórica: um estudo de caso
Pablo Sdersky
As relações de trabalho numa sociedade de cultivadores de arroz: o caso dos Balantas de Tombali
Yvan Avena
A industrialização é possível na Guiné-Bissau?
Wilson Cruz
Análise da rentabilidade económica da barragem hldro-eléctrica do Saltinho
Diana Lima Handem
A Guiné-Bissau: adaptar-se à crise
lbrahima Djalo
Contribuição para uma reflexão-educação: multilinguismo e
unidade nacional
Eve Crowley
Análise de uma infelicidade: religião e interpretações pessoalistas
Vasco Cabral
A necessidade de cooperação técnica entre os países em desenvolvimento: uma reflexão

N.º 4, junho de 1987
AUTOR
ARTIGO
Mário Santos
Algumas considerações sobre a nossa situação sociolinguística
Jean-Pierre Lepri
A pesquisa-desenvolvimento em matéria de educação:
elementos para uma teoria
Rui Ribeiro
Barragens em Bolanhas de água salgada
Gertrud Achinger
Família guineense: estabilidade e transformação
Raul Mendes Fernandes
Nhomingas e Bidjogos - da pesca de «subsistência»
à pesca «comercial»
Eve Crowley & Rui Ribeiro
Sobre a medicina tradicional e formas da sua colaboração
com a medicina moderna
Jop de Jong; G. Klein & Tern Horn
Estudo básico sobre perturbações mentais no país
José Filipe Fonseca
A formação e a assistência técnica na agricultura e desenvolvimento rural
Carlos Cardoso
A importância crescente da informação e suas regularidades em Africa
Manuel Rambotlt Barcelos
Documentos para uma educação endógena na África Subsariana
Lars Rudbeck
Notas de leitura: Sobre Ulrich Schilfer

N.º 5, janeiro de 1988
AUTOR
ARTIGO
Joop T. V.M. de Jong
O irã, o fulano e a doença
Alexandre Chalyi
Normas do direito internacional na ordem jurídica da República da Guiné-Bissau
Vasco Cabral
Colonização e religião: da primeira evangelização à colonização dos povos da Guiné
Yvan Avena
Da experiência cooperativista na Guiné-Bissau
Lars Rudebeck
Observações sobre a economia política do desenvolvimento de r
uma aldeia aficana
Jean Pierre Lepri
Formação de professores, locais, materiais escolares e insucesso escolar na Guiné-Bissau
Documentos
Relatório da delegação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde ao Seminário Económico Afro-Asiático (1965)
Eric Gable
Nota de leitura: Guiné-Bissau: Política, Economia e Sociedade, de Rosemary Galli e Jocelyn Jones

N.º 6, janeiro de 1988
AUTOR
ARTIGO
Yarisse Zoctizoum
O Estado e Reprodução Étnica em África
Carlos Lopes
Crise Ecológica e Conflitos Sociais na Guiné-Bissau
Mário Santos
Os Valores tradicionais e o Direito Consuetudinário no Contexto da Problemática da Delinquência Juvenil
Joop T.V.M de Jong
Investigação dos distúrbios mentais encontrados nas crianças atendidas pelas instituições de saúda na Guiné-Bissau
Erica Sabourin
Reflexões sobre as dinâmicas associativas e comunitárias na Guiné-Bissa
Grupo dos A.H. sob a coordenação de Carole Laurin
Instrunento de Pesquisa da Colecção Fotográfica dos Arquivos Históricos do INEP
Documentos
Mensagem de Vasco Cabral apresentada no Congresso Internacional dos Intelectuais em Varsóvia
Carlos Cardoso
Nota de Leiruta: Sociedade Agrárias na África de Expressão Oficial Portuguesa, de Peter Meyns (Editor)

N.º 7, janeiro de 1989
AUTOR
ARTIGO
Carlos Lopes
Resistências Africanas ao controle do território - Alguns casos da Costa da Guiné no séc. XIX
Mamadú Mané
O Kaabú - Uma das grandes entidades do Património Histórico Senegambiano
Carlos Cardoso
Conflitos interétnicos - Dissolução e reconstrução de unidades políticas nos rios da Guiné e de Cabo Verde (1840-1899)
Jorge Cabral
A política externa da Guiné-Bissau
Documentos
Estratégia para o desenvolvimento do sector da educação (aprovado pelo conselho de Ministros em 1988)
Ana Maria Delgado
Os filhos da revolução, filme de Flora Gomes

N.º 8, julho de 1989
AUTOR
ARTIGO
Raul Mendes Fernandes
O espaço e o tempo no sistema político bidjogó
Christine Henry
Marinheiros bidjogós: passado e presente
Mamadú Jao
Estrutura "política" e relações de poder entre os Brâmes ou Mancanhas
Faustino M'Bali
O Estado e os camponeses perante o constrangimento do desenvolvimento
Rosemary E. Gallí
Estado e sociedade na Guiné-Bissau
Huuntondjí Paulin
Investigação e extraversão: elementos para uma sociologia da ciência nos países da periferia
Documentos
Documentos dos Fundos de Arquivos da Circunscrição Civil de Cacheu sobre a sucessão dos régulos manjacos (1951 e l 952)

N.º 9, janeiro de 1990
AUTOR
ARTIGO
Boubacar Barry
A Senegâmbia do séc. XV ao séc. XX: Em defesa de uma história subregional da Senegâmbia
Peter Karibe Mendy
A economia colonial da Guiné-Bissau: “Nacionalização” e exploração, 1915-1959
George Brooks
Notas genealógicas de proeminentes famílias luso-africanas no séc. XIX na Guiné
Leopoldo Amado
A literatura colonial guineense
Roy van der Drift
O desenvolvimento da produção e do consumo de álcool entre os Balanta Brassa da aldeia de Foia, no sul da Guiné-Bissau
Documentos
Documentos coloniais: A terra para quem a trabalha?
Lars Rudebeck
Notas de leitura: Richard Lobban e Joshua Forrest, Historical Dictionary of the Republic of Guinea-Bissau, de Richard Lobban e Joshua Forrest

N.º 10, julho de 1990
AUTOR
ARTIGO
Carlos Cardoso
Ki-Yang-Yang: Uma nova religião dos Balantas?
Carlos Lopes
Relações de poder numa sociedade malinké: O Kaabu do séc. XIII ao séc. XVIII
Elly M. Opazo
Notas sobre a evolução fonética do português para o kriol
Philip J. Havik
A pesquisa sobre a transformação rural na Guiné-Bissau: Breve inventário de temas e autores após a independência
Documentos
Documento dos Fundos de Arquivos da Circunscrição Civil os Bijagós: O teatro colonial ou a invenção do real
Ronald H. Chilcote
Notas de leitura: Poder Popular e luta revolucionária

N.º 11, janeiro de 1991
AUTOR
ARTIGO
George E. Brooks
Bolama: centro de interesses imperialistas africanos, europeus, euro-africanos e americanos
Carlos Lopes
Uma perspectiva histórica da cooperação técnica em África
Fernando Padovani
O programa de Ajustamento na Guiné-Bissau e a discussão de um modelo
IngerTvedten
Programas de Ajustamento Estutural e implicações locais: o caso dos pescadores artesanais na Guiné-Bissau
Magnus Alvesson & Mario Zejan
Guiné-Bissau: o impacto do Programa de Ajustamento Estrutural sobre o bem-estar dos pequenos proprietários rurais
Documentos
Políticas e instrumentos, Comissão Económica para a África
Notas de leitura:
1. George E. Brooks
2. Daniel A. Pereira
1. Naissance de la Guiné. Portugais et Africains en Sénégambie (1841-1936), de René Pélissier
2. História da Guiné-Bissau. Portugueses e africanos na Senegâmbia (1841-1936), de René Pélissier

N.º 12, julho de 1991
AUTOR
ARTIGO
Fernando Padovani
Novos fantasmas no mato
Diana Lima Handem
Desenvolvimento na Base e Participação Popular: uma alternativa?
Sylvain Panneton
O Balafon de Tabato
Fafali Koudawo
Educação e sociedade na África pré-colonial
Ramiro Delgado Salazar
Etnia, espaço étnico e colonialismo
Julio D. Dávila
Planeamento urbanístico e territorial na Guiné-Bissau
Documentos
Um olhar sobre a história dos recenseamentos coloniais: o censo de 1950
Patrick Chabal
Notas de leitura: O ideal socialista em África
Carlos Cardoso
Educação e endogeneidade: o caso da Guiné-Bissau

N.º 13, janeiro de 1992
AUTOR
ARTIGO
Abdulai Silá
Estratégias de desenvolvimento e alternativas tecnológicas: um estudo de caso (Guiné-Bissau)
Peter Karibe Mendy
Conquista mililar da Guiné: da resistência à «pacificação» do Arquipélago dos Bijagós
Mamadú Jao
Aspectos da vida social dos Mancanhas: a cerimónia do Ulém
Teresa Montenegro
Kasisas: marginais deste e do outro mundo
Carlos António Gomes
Psiquiatria e saúde mental na medicina tradicional dos países em desenvolvimento
Samba Mbuub
Educação e conflito cultural: a experiência do Senegal na utilização das línguas nacionais
Documentos
A nova lei da imprensa na Guiné-Bissau
Raul Mendes Fernandes
Notas de leitura: Promotores e promovidos

N.º 14, julho de 1992
AUTOR
ARTIGO
Faustino lmbali
Um olhar sobre o sistema alimentar balanta: o caso das tabancas de Mato Farroba e Cantone
Carlos Cardoso
A ideologia e a prática da colonização portuguesa na Guiné e o seu impacto na estrutura social, 1926-1973
Gertrud Achinger
Efeitos do Programa de Ajustamento Estrutural sobre as condições económicas e sociais das mulheres da zona rural
Carlos Franco Liberato
Os conceitos de etnia e classes sociais: uma primeira aproximação dos instrumentos de análise da realidade africana
Hildo Honório do Couto
As consonantes pré-nasalizadas do crioulo da Guiné-Bissau
Documentos
Relatório do Residente de Cacheu em 1911
Alain Kihm 
Notas de leitura: Os 3 N'kurbados de Fernando Júlio

N.º 15, janeiro de 1993
AUTOR
ARTIGO
Jorge Cabral
O desafio da afirmação do português como língua de comunicação internacional
Patrick Chabal
O Estado pós-colonial na África de expressão portuguesa
Joshua B. Forrest
Autonomia burocrática, política económica e política num Estado 'suave': o caso da Guin􀁹­Bissau pós-colonial
Eve L. Crowley
Chefes de posto e chefes da terra: dinâmica de dominação e autodeterminação na região de Cacheu
Teresa Montenegro
Breve notícia da Revolução Triunfante
Carlos Lopes
Notas de leitura: Amílcar Cabral, 20 anos depois
T. Bruno Mukendi
África e a recusa do desenvolvimento: um pensamento controverso

N.º 16, julho de 1993
AUTOR
ARTIGO
Peter Karibe Mendy
A herança colonial e o desafio da integração
Raul Mendes Fernandes
Partido único e poderes tradicionais
Filomena Embaló
Os desajustes do Programa de Ajustamento
Wilson Trajano Filho
A tensão entre a escrita e a oralidade
Fafali Koudawo
A ajuda económica como instrumento político:
uma perspectiva histórica
Cornélia Giesing
Agricultura e resistência na história dos Balanta-Bejaa
Documentos
Ofício do Comandante de Farim à Secretaria do Governo da Guiné (1895)
Johannes Augel
Notas de leitura: Bissau – Estratégias de sobrevivência numa cidade da Africa Ocidental, de Josef Kasper


N.º 17, janeiro de 1994
AUTOR
ARTIGO
Carlos Cardoso
A transição democrática na Guiné-Bissau: um parto difícil
Raul Mendes Fernandes
Processo democrático na Guiné-Bissau
Manuel Nassum
Política linguística pós-colonial: ruptura e continuidade?
Renato Aguilar & Mario Zeján
Ajustamento estrutural na Guiné-Bissau
Rosematy E. Galli
A ausência de capitalismo agrário na Guiné-Bissau durante o regime do Estado Novo
João Dias Vicente
Padre Henrique Lopes Cardoso, um sacerdote guineense digno de ser conhecido
Documentos
Correspondência sobre o padre Henrique Lopes Cardoso (1884-1902), João Dias Vicente
Johannes Augel
Notas de leitura: Mulher. Ritual e Poder

N.º 18, julho de 1994
AUTOR
ARTIGO
Carlos Lopes
A pirâmide invertida: historiografia africana feita por africanos
Mário Espinosa
Ponteiros na Guiné-Bissau: o processo de concessão de terras
Teresa Montenegro
Provérbios crioulos: a arquitetura das imagens
Wilson Trajano Filho
Invisíveis e liminares: a sociedade crioula e os seus heróis
Moema Parente Augel
A prosa literária guineense
Charles de Lespina
Toponímia e língua baynuk como indicadores da história de Casamansa antes do século XVI
Documentos
Auto de acquisição da Ilha de Orango (1861), Raul Mendes Fernandes
Fafali Koudawo
Notas de leitura: Quando a luta continuava

N.º 19, janeiro de 1995
AUTOR
ARTIGO
David González
Os primeiros guineenses em Cuba
Philip J. Havík
Relações de género e comércio: estratégias inovadoras de mulheres na Guiné-Bissau
Gustavo Callewaerr
Algumas definições de programas de língua de ensino em situações de multilinguismo
Luiz de Sena
Uma experiência de integração da educação na Guiné-Bissau
Fafali Koudawo
Educação e teorias de desenvolvimento:
o que há de novo?
Documentos
Dez anos de INEP
Fafali Koudawo
Notas de leitura: À Procura do Cristo Mancanha

N.º 20, julho de 1995
AUTOR
ARTIGO
Lars Rudebeck
Reler Cabral vinte anos depois
Mamadú Jao
A questão da etnicidade e a origem étnica dos Mancanhas
lnger Callewaert
Fyere Yaabte: um movimento terapêutico de mulheres na sociedade balanta
Raul Mendes Fernandes
Contradições entre linhagens dominantes
e classes de idade nos Bijagó
Jean-Louis Rougé
A propósito da formação dos crioulos de Cabo Verde e da Guiné
Carlos Lopes
Basta! Para um diagnóstico alternativo da crise africana
Roy van der Drift
Notas de leitura: À procura dos outros


27 de junho de 2018

COMO ESCREVO UM POEMA SLAM... (dicas, não regras)


(um poema para um workshop de Poetry Slam em Sintra)



Cabeça. Caneta. Papel.
Caneta. Cabeça. Papel.
Caneta. Papel. Cabeça.
Caneta. Cabeça.
Cabeça vazia. Papel vazio. Cabeça.
Ideia. Caneta. Cabeça.

Uma ideia! Ora essa, ouve essa,
não interessa se é boa ou se é à toa,
se é profunda ou está à tona…
só uma ideia, bela ou feia, 

oca ou louca, forte ou fraca; 
com palavras exatas ela se destaca,
essa ideia, cara ou barata.

Preciso de uma ideia para criar um poema,
de preferência que tenha um bom tema,
um poema que contenha
frases plenas de beleza semântica,
talvez com lições práticas,
engraçadas, mas sérias 

e de falas etéreas.

Então revisto a minha memória
à procura de uma história
aninhada num canto qualquer 

do meu espaço mental;
uma ideia banal 

como uma lembrança que se entrança
com experiências e vivências,
ou com esperanças ou desilusões,
ou com visões que eu possa partilhar.

E começo a artilhar 

essa memória encontrada.
Pode ser só uma palavra,
uma frase, ou toda uma cena montada,
mas sigo dando-lhe sentido,
e prossigo, vestindo-lhe 

de palavras e mais palavras.
Quando demais, tiro palavras,
quando banais, uso outras lavras.

Procuro palavras e falas 
entendíveis à primeira,
evito metáforas e parábolas
que possam deixar alguns à beira
da ideia ou do conceito do meu intento,
assim sendo eu tento que o texto completo
seja de lesto entendimento.

Gosto mais daquelas histórias esquisitas,
que a algumas pessoas agitam
e a outras pessoas irritam
de modo que elas te digam:
“mas… tu tás tapado, ó desgraçado?”.

Uso a rima para o ritmo,
sem lhe destruir o sentido legítimo,
e as rimas não têm de ser perfeitas
como as receitas farmacêuticas,
e estou certo que as
assonâncias e consonâncias
permitem que eu leve as
palavras a ter música, e use-as,
evitando as dissonâncias;
para tal fujo das palavras longas,
ou de sílabas tónicas
umas perto das outras,
ou daquelas bocas 
com 'sonoridades' próximas,
difíceis de pronunciar, tais como:

“CASA SUJA, CHÃO SUJO…
CASA SUJA, CHÃO SUJO…
CASA SUJA, CHÃO SUJO…"

Usar a métrica?, nem tanto,
portanto, a estética não é genérica e insere cá 
um ar a aparentar acidental
para se afigurar mais natural e tal.

Com aliterações faço interações,
passo entre ações e traço integrações
de palavras a sustentar a história que quero contar.

Escrevo a pensar na sonoridade
e na musicalidade, que também são parte
da realidade do meu poema.

Se no final não ficar bom… não tem problema,
posso mudar de tom, alterar o esquema
e ver de novo se aguenta outro teste em público,
mas tendo em mente que é um ato lúdico
e ser consciente de que não agrado a todos,
a modos que não me levo a sério
e digo o que quero, com ou sem impropérios.

Sendo breve ou extenso, leve ou intenso,
intento é intensificar a intensidade da intenção
e aproveitar a diversão de estar aqui à frente,
sabendo que aí tem gente a escutar-me,
com fingida atenção ou verídica emoção.

E sem receio, tento pôr ali no meio
alguma piada e provocar um riso.
E, por vezes, 
para isso, 
digo coisas sem sentido, 
e se não arrancarem um sorriso,
não tenho problemas com isso,
pois escudo-me atrás disto:
“hahaha, eu sou muito engraçado,
o público é que é mal-humorado”.

Então, nestes três minutos, de modo astuto,
aproveito para fazer a minha terapia, 
e no final, é mais legal se soar como poesia.
Ao menos vem com muitas rimas.

2 de junho de 2018

ABRIL, ABRIL...


Quando olho para as pessoas a cantar aleluias ao 25 de Abril, com a emoção a mil, à minha cabeça vem uma ideia que termina nesta questão: Afinal onde estão aqueles que de coração apoiavam o regime do Salazar?

Então, presto atenção e percebo sem emoção que eles ainda estão à cabeça da nação, a tratar da condução. Estão ali no parlamento, sedentos do poder, a foder com a política de forma crítica. Estão ali marcados no mercado, embarcados na banca, salgados e sagrados. Trocaram de casacas e continuaram sentados na crista do Abril, a surfar de forma febril nas costas do povo.

Hein!, onde estão aqueles tipos que apoiavam o salazarismo? Eles estão ali no poder, eles estão ali no poder. 

Sequestraram o Abril, amarram-lhes os braços e venderam-no aos pedaços, mas mantiveram a carcaça para expor ali na praça, nos 25 todos os anos. E nós… nós apoiamos.

Olho para os políticos que mandam no país, esses políticos que falam sempre do Abril e que me dizem com todo o brio que eu devia ser feliz, porque a revolução mudou este país. 

Pois sim, acredito que sim, o país mudou, mas eles não mudaram, pois só vejo afilhados e filhos, netos e sobrinhos, cunhados e primos dos tipos que andavam a fazer bico ao salazarismo. Que raio, num ato edipiano, destronaram os seus pais para foder com a mãe-pátria. E para o nosso azar até há um que ali reside, que teve ficha da PIDE. Teria sido um agente? Não sei, mas foi ministro e foi presidente.

Desculpem-me se não consigo embarcar no entusiasmo do Abril, porque nos anos 80 eu nasci, e nem sequer foi aqui, portanto não vivi nem conheci a dificuldade pré-Abril. Desculpa-me aí o meu pouco entusiasmo, porque o que vejo no país é uma traição ao Abril, ouço gente a dizer: “o povo é que mais ordena!”, e fico a perguntar que mas merda o povo ordena? Um ordenou ao Cavaco para que fosse trabalhar e todos vimos o resultado: mandam-no multar; é claro, se fosse famoso e aparecesse na TV podia chamá-lo de palhaço e nada ia acontecer.

O povo nada ordena, o povo serve para ordenha; o povo mata-se a trabalhar para uns poURcos triunfar. O povo é posto na engorda e tratado como porco, porque esses gajos no poder adoram o nosso lombo.

O Abril nos trouxe liberdade, liberdade de expressão, pois é, temos liberdade, só não temos é pão. Sim, Temos a liberdade de não ficar calados enquanto estamos manietados e a ser enrabados…. e quando reclamamos somos logo avisados: precisamos do teu rabo, portanto aquenta aí, bacano, pois este é o resultado da tua escolha de deputados; aguenta aí os danos que te fazemos ao ânus que daqui a quatro anos poderás escolher... uma nova marca de vaselina.

12 de maio de 2018

POEMA DOS PRADOS


CONTO DOS PRADOS

Era uma vez um lavrador obcecado com bolanhas, e que dizia que a felicidade da gente da sua casa dependia totalmente de ter bolanhas. Decidiu que devia transformar todos os prados em bolanhas; e, na falta de fundamentos para justificar o ponto de vista, apareceu com uma fundação para fundamentar no fundo a falta de profundidade da fundação infundada de mexer com os prados... 

Peraí... em vez de conto, é melhor fazer disto algo parecido com um poema (bem... pelo menos vai ter rimas).


POEMA DOS PRADOS

Era uma vez lavrador que, com bolanhas obcecado,
queria lavrar os campados e os prados
e transformá-los em arrozais cultivados.
Dizia que o populacho ao seu cuidado
só precisa de arroz branco e de caju de mil francos
para viver sem trancos nem barrancos,
para se ver realizado, contente e agradado.

O lavrador queria lavrar os prados,
Mas como estava rodeado de um rancho de aloprados,
quis então contentá-los e ligou e disse: “alô, prados!,
quero aqui muitos prados para andarem nos meus prados,
não precisam de ser comprados, aceito-os mesmo ofertados.
Eu sei que quero lavrar os prados, mas as pessoas já têm arados”.

O lavrador consagrado como chefe do povoado,
no entanto, não ficava parado diante do seu brado,
pois acelerava de imediato e fugia no seu prado
e ia para a concessionária onde tinha mais prados
ou ligava ao marroquino e dizia: “alô, mais prados”.

O povoado, castrado, mas também chanfrado,
ficava em pranto a criticar os prados,
dizia, no entanto: ”O lavrador é sagrado e eu sou iletrado,
é necessário portanto termos prados nestes prados.”

Mas parte do povoado, que se dizia letrado e com o fado chateado,
tirava retratos dos prados ou fazia poema dos prados
e depois virava-se de lado e tudo ficava no mesmo estado.

Enquanto já não há gados nos nossos mirados prados,
Para o agrado do bando dos malandros todos recebem um prado.

Recusaram o prado alguns falsários… no entanto,  não os salários.

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7 de maio de 2018

AJOELHOU, VAI TER QUE REZAR!


Mas que mer… já pensaram que alguém pode ter-se ajoelhado apenas porque pode, ou simplesmente para meditar… ou melhor, já pensaram que ELA até poderia ter querido rezar, mas que também tem direito de mudar de ideias?

Há poucos dias, no comboio, um homem guineense a falar com uma mulher dizia: “larguei o meu bode, que cada um segure a sua cabra”. Eu pensei, um tanto chocado: “Bolas!, isto ainda se diz?”, mas chocado mesmo fiquei quando a mulher respondeu positivamente àquela besteira. 

Que os homens guineenses, com alguma idade, principalmente, sejam idiotas machistas não me faz espécie, afinal viemos de uma cultura de poligamia onde a mulher costumava ser negociada como mercadoria, e ainda continua a ser (e eu nem sou contra a poligamia, desde que a mulher possa também se casar com tantos quantos quiser). O maior problema foi ouvir a mulher a defender essa posição, essa mulher que um dia, na conceção do tal homem, já foi também cabra.

Esta mentalidade machista, essas frases idiotas, que aparecem nas músicas populares e tidas como engraçadas, justificam, perpetuam e incentivam as violações que diariamente ocorrem, não só em Bissau, mas em toda a parte do mundo.

Se uma violação acontecer na rua, começa-se por querer saber se foi “de noite” (o que ela estava a fazer na rua a essa hora? por que tinha de ir à discoteca? estava a pedi-la.), se ela tinha vestido um “tchuna” ou “toma-nha-numur” (vestido dessa forma! estava a pedi-la.), se ela tinha muitos namorados ou nenhum (já estava acostumada com a coisa. estava a pedi-la.); se a violação acontecer no quarto de um rapaz (o que ela foi buscar no quarto de rapaz? estava a pedi-la.). 

A rapariga está sempre a pedir para ser violada ou porque quando dança rebola demasiado ou porque é muito atrevidinha ou porque é “catorzinha” (disso eu falo num outro artigo). Os homens… não, não pensamos, afinal o mundo gira à volta do nosso pénis.

Cresci a ouvir histórias de rapazes que bicharam (de fazer bicha) uma rapariga, e eram contadas com os rapazes no lugar de heróis e contadas de tal maneira que eu também desejava estar nessa bicha, levou-me bastante tempo a perceber que eram nada mais que violações e não um jogo que "os meninos machos fazem".

Os rapazes são ensinados de que as raparigas são umas fingidas, mesmo quando querem, dizem: “Não!”. Por isso, não ligam sequer para os "nãos". Algumas raparigas também são ensinadas que têm de fingir e dizer “não”, mesmo quando querem, o que por vezes atrapalha completamente a coisa. Assusta-me ouvir homens, ao contar as suas conquistas, a dizer coisas como: “ah, agora que me fizeste despir é que vais dizer ‘não’”, ou seja, uma vez que a rapariga manifeste algum interesse nele, uma vez que ela entre no seu quarto, não há volta a dar, “ela tem de rezar”. 

Mas já pensaram que quando nos vê despidos pode ter-lhe passado todo o brio? Ou que a nossa atrapalhação nos preliminares pode matar o desejo? Ou que ela de repente se lembrou de alguma coisa que lhe tenha cortado o desejo? 

Não, porque pensamos que os nossos desejos devem ser satisfeitos a todo o custo. Mas não sabem que existem óleos de todo o tipo e feitio, sabão, sabonete, ou pensam que a saliva é apenas para ajudar a engolir… cuspam na palma da mão, caramba.

E quando queremos não importa que ela diga não, mas... não é não! Temos de aprender a viver com isso. Quando ela diz “não”, é para ser levado a sério como um “não”.

Muitas vezes vamos a uma entrevista de emprego, tudo corre bem e no dia seguinte dizem-nos que encontraram candidato melhor ou que não éramos o que pretendiam, o que fazemos? forçamo-nos na empresa porque nos tinham entrevistado antes? Os políticos prometem-nos mundos e fundos e depois dizem "não" (aliás, nem dizem, só nos viram as costas). Mas se sabemos aceitar esses tipos de “não”,  por que não o “não” de uma mulher?

4 de novembro de 2017

INVERSÃO DE VALORES

De tempo em tempo inventam-se grupos de palavras gratuitas para serem usados por toda e qualquer pessoa que queira passar por inteligente. Agora a moda guineense (importada, é certo) é esta: "inversão de valores". Ainda não usamos muito a "mudança de paradigma".


Sinto-me enjoado sempre que ouço e leio um intelectual guineense a falar de "valores invertidos". Mas qual inversão? De quais valores? A sério, a Guiné-Bissau alguma vez mudou de procedimentos desde que tomamos dos portugueses aquele pedaço de chão? Não. Fomos tão corruptos, nepotistas, tribalistas e oportunistas armados em espertinhos, como os nossos antigos donos foram.

Alguém me diga um único período na Guiné em que a meritocracia (seja lá o que isso for) tivesse sido regra... uma única vez, por exemplo, em que as bolsas de estudo dadas pelo Governo tivessem sido atribuídas por um concurso limpo e não para os filhos e sobrinhos dos bem-apelidados e do pessoal do Ministério da Educação... uu de um concurso para a função pública.

Pelamordideus, enquadrem bem os discursos para não parecerem ocos, não pensados e gratuitos. A cantiga costumava ser "mudança de mentalidade", hoje "inversão de valores". Mas o que a Guiné precisa mesmo é de uma "inversão de valores", porque aqueles por que atuamos, de valores nada têm.

Alguém me ajude, por favor, pode ser que eu não esteja a ver bem as coisas, por isso pergunto: quais são mesmo esses valores que estamos a inverter?

1 de novembro de 2017

NECESSIDADE DE OFICIALIZAR O GUINEENSE

fonte: http://memoria-africa.ua.pt
Quando andava na primeira classe, no final do ano fiz o exame da segunda classe também, e passei (os meus colegas de Sonaco podem confirmar)... motivo: tinha uma boa memória, já tinha memorizado todo o livro da primeira classe e a tabuada, e como não tinha mais nada para memorizar, memorizei também o da segunda classe, o que me ajudou nos exames. Mas se era bom a memorizar, não posso dizer que entendia o que memorizava, porque estava escrito em português.

E eu tinha o grande privilégio de os meus pais saberem português e de me traduzirem algumas coisas, mas e os meus colegas desprivilegiados cujos pais nem sequer sabiam ler? Aos 7 anos li uma anedota no livro da terceira classe, mas só quando tive uns 25 é que me lembrei desse texto e finalmente me fez rir. Foram precisos 18 anos para a anedota me fazer rir. O principal motivo, a anedota estava escrito em português, e eu não a entendia.

Agora, pense-se, tratava-se apenas de uma anedota, lida por uma pessoa que sabia kriol, cujos sabiam português e que quando saía da escola e ia para casa ainda ouvia português a ser falado (porque tínhamos televisão, víamos Rua Sésamo, Vila Faia e outros programas portugueses) e ainda passava o tempo a tentar memorizar a Bíblia (em português). E os meus colegas que só ouviam português na escola nos poucos minutos em que o professor o falava?

Como é possível ensinar numa língua que os alunos não entendem e querer no final ter bons alunos? Como poderei pensar por mim e formular conceitos se as referências que tenho são inteligíveis?

fonte: http://memoria-africa.ua.pt
Centrei o meu exemplo na escola primária, mas esta deficiência persegue-nos até mais tarde. Se mesmo muitos que nascem português, sempre tenham falado português e vivem em Portugal, leem textos em português e, a não ser que seja bem mastigadinho, não o entendem, porque não sabem interpretar, pode-se perceber a partir disto a hercúlea tarefa de aprender na Guiné-Bissau numa língua que não nos é "usual".

No filme "Minha Escola" (a partir do minuto 7) o protagonista (aluno de sexta classe) explica muito bem a dificuldade de falar português, porque como cada um fala a sua própria língua étnica, quando se encontram na escola, para melhor se comunicarem falam em crioulo (guineense)? Vê-se daí a necessidade de oficializar o guineense a par do português, para facilitar o ensino e criar pensadores e não repetidores como eu costumava ser.


Nos comentários a um artigo de Didinho, muitos defenderam essa necessidade de oficializar o guineense, que é a língua franca e realmente a língua primeira da Guiné-Bissau, mas que não tem esse estatuto, e torná-la a língua de ensino.

No artigo de Flaviano, Uma Bandeira Falada, lê-se o oposto, que apesar de ser língua franca não se deve oficializar o guineense por ser ainda demasiado cedo para tal, na falta de suportes como uma escrita e gramática acordadas.

Esta é uma daquelas discussões onde aparentemente todos têm razão. No entanto, se por algum milagre o nosso governo decidir oficializar o guineense, a verdade é que já temos vários suportes: em 1987, a Direção Geral da Cultura criou uma norma ortográfica para o crioulo, e em 1999, Luigi Scantamburlo propôs outra, que eu, pessoalmente acho melhor, sem falar ainda de inúmeros trabalhos da Teresa Montenegro sobre o kriol.  

Quantos acordos ortográficos pensam que existe sobre a língua portuguesa? A língua é uma coisa viva, que modifica constantemente, vai ser sempre preciso estudos para acompanhar a sua evolução e talvez simplicar a grafia.

Flaviano também disse que Cabo Verde (que oficializou o seu crioulo) só tinha uma língua, o crioulo, e não uma miríade de línguas com a Guiné-Bissau, e, portanto, o contexto é diferente. Sim, deveras é, mas África de Sul tem onze línguas oficiais, creio eu, e o que se pede para a Guiné-Bissau não é oficializar as nossas mais ou menos três dezenas de línguas, mas apenas o guineense.

E mais... ensinar Fula e Mandinga nas escolas poderia criar também vantagens, considerando que são línguas faladas por cerca de 15.200.000 e 11.000.000 de pessoas, respetivamente, nos países vizinhos. Porém isso é outra história.

A necessidade de oficializar kriol é mesmo urgente, para acabarmos com a pouca-vergonha de termos deputados no parlamento a ratificarem leis em português quando nem a sua própria língua e o kriol eles mesmos entendem. Deixo, contudo, claro que não confundo a capacidade de raciocínio e de ponderação de uma pessoa com o seu grau de escolaridade... mas para pensar sobre alguma coisa temos primeiro de entender por que o estamos a fazer, para depois tentar entender a própria coisa, e quando não entendemos a coisa devíamos honestamente manifestar isso.


Já agora a tal anedota era esta:


fonte: http://memoria-africa.ua.pt



Livros de leitura da Guiné-Bissau dos anos oitenta (para fins académicos ou puro saudosismo):

1ª Classe:

3ª Classe:

4ª Classe:
http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/Geral/L-00000044&p=1


3ª Classe (anos setenta):
http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/Geral/L-00000035&p=1