15 de maio de 2015

O QUE REALMENTE ACONTECEU?... INTRODUÇÃO

A Bíblia foi copiada e recopiada várias vezes, e no processo foi corrigida, recorrigida, contracorrigida até que o maldito Gutenberg inventou a prensa e dificultou esse trabalho de ajustamento dos textos bíblicos. E depois do King James (Jaime I de Inglaterra) ter mandado traduzir a sua versão da Bíblia, esta passou a ser uma da versões mais famosas da Bíblia atual. Mas nem essa versão foi impassível de sofrer mudanças. Há vários linguistas de várias correntes cristãs e ateias que dizem que determinadas passagens bíblicas foram mal traduzidas, porque determinada palavra significa outra coisa na sua versão original. Na bíblia das Testemunhas de Jeová, por exemplo, onde na de King James Jesus diz: Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. Aparece o seguinte: Em verdade te digo hoje: estás comigo no Paraíso. Este simples movimento da pontuação altera eloquentemente o sentido das coisas. E onde todas as versões da Bíblias diz: cruz, a deles diz: estaca.

Eu não estou certo se a Bíblia não foi mais alterada desde King James, ou melhor, o exemplo acima mostra que foi, e acredito que existam já versões em que as milhentas contradições nela existentes foram sublimadas, o que queria dizer era: não estou certo se a própria versão de King James não foi alterada continuando a levar o cunho de King James. E nem a versão King James é garantia de fidelidade, na medida em que houve várias traduções nessa altura e em posteriores, e os especialistas que traduziram o King James também já receberam a sua quota de críticas.

Bem, toda esta introdução não é para fazer uma análise da fidelidade da Bíblia com os textos mais antigos conhecidos, ainda mais porque vou centrar-me apenas nos Quatro Evangelhos, e nem pretendo confrontar esses com os textos mais antigos, na medida em que não tenho nem material, nem faculdade para isso. E tem que se levar em conta que os quatro evangelhos, contidos no Codex Sinaiticus (o texto nem tão original, mas mais importante, rivalizando-se apenas com o Codex Vaticanus) apresentam muitíssimas alterações, sem esquecer que esses textos para serem sagrados foram votados democraticamente no Concílio de Niceia, escolhidos por bolas pretas e bolas brancas, no ano 325 d.C.. Por outras palavras, os textos sagrados mais antigos sobre a vida de Cristo só existiram 325 depois do mesmo. Entenda-se: não foram escritos nesse mesmo ano, mas antes, porém de qualquer forma muito posterior ao Cristo, as cópias mais antigas conhecidas datam de uns 200 anos. Eram vários romancistas que escreviam sobre Jesus, e o Concílio escolheu quatro deles para os Quatro Evangelho Sagrados – Palavras de Deus. Por Palavra de Deus e Sagrada Escritura só era considerado o que passou a ser conhecido por Antigo Testamento (Torá e Pentateúco), por isso era necessário sacralizar um novo grupo de textos para ser sacro-cristão porque o antigo testamento, na verdade, pertencia aos judeus e só contemplava a eles.

Tudo bem, aceita-se que uma questão de Espírito Santo e tão Sagrado quanto Deus possa ser democraticamente determinada, criando dogmas posteriores para garantir a sua sacralidade. Dogmas essas que por vezes entram em contradição com o próprio Deus. Por exemplo: Deus disse, nos 10 Mandamento: “Não façais para ti imagens… Eu Sou único… Não tenhais outros deuses”, a Igreja disse: Jesus é Deus… Maria é mãe de Deus, merece louvor… Vamos fazer imagens sagradas para reverenciar a Deus e é excomungado quem dizer que são profanasE é excomungado que negar os nossos dogmas… Excomungaram o próprio Deus no processo.

Vou aceitar que os Quatro Evangelhos são realmente Palavra de Deus, infalíveis e que contém em si a própria noção da verdade e do verdadeiro. E é a partir daqui que está série de artigos vai começar, e a pergunta que se vai fazer é: o que realmente aconteceu?

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