Eu não estou certo se a Bíblia
não foi mais alterada desde King James, ou melhor, o exemplo acima mostra que
foi, e acredito que existam já versões em que as milhentas contradições nela
existentes foram sublimadas, o que queria dizer era: não estou certo se a
própria versão de King James não foi alterada continuando a levar o cunho de
King James. E nem a versão King James é garantia de fidelidade, na medida em
que houve várias traduções nessa altura e em posteriores, e os especialistas que
traduziram o King James também já receberam a sua quota de críticas.
Bem, toda esta introdução não é
para fazer uma análise da fidelidade da Bíblia com os textos mais antigos
conhecidos, ainda mais porque vou centrar-me apenas nos Quatro Evangelhos, e
nem pretendo confrontar esses com os textos mais antigos, na medida em que não
tenho nem material, nem faculdade para isso. E tem que se levar em conta que os
quatro evangelhos, contidos no Codex Sinaiticus (o texto nem tão original, mas mais
importante, rivalizando-se apenas com o Codex Vaticanus) apresentam muitíssimas alterações, sem esquecer que esses textos para
serem sagrados foram votados democraticamente no Concílio de Niceia, escolhidos
por bolas pretas e bolas brancas, no ano 325 d.C.. Por outras palavras, os
textos sagrados mais antigos sobre a vida de Cristo só existiram 325 depois do
mesmo. Entenda-se: não foram escritos nesse mesmo ano, mas antes, porém de
qualquer forma muito posterior ao Cristo, as cópias mais antigas conhecidas
datam de uns 200 anos. Eram vários romancistas que escreviam sobre Jesus, e o Concílio
escolheu quatro deles para os Quatro Evangelho Sagrados – Palavras de Deus. Por
Palavra de Deus e Sagrada Escritura só era considerado o que passou a ser
conhecido por Antigo Testamento (Torá e Pentateúco), por isso era necessário
sacralizar um novo grupo de textos para ser sacro-cristão porque o antigo
testamento, na verdade, pertencia aos judeus e só contemplava a eles.
Tudo bem, aceita-se que uma
questão de Espírito Santo e tão Sagrado quanto Deus possa ser democraticamente
determinada, criando dogmas posteriores para garantir a sua sacralidade. Dogmas
essas que por vezes entram em contradição com o próprio Deus. Por exemplo: Deus
disse, nos 10 Mandamento: “Não façais
para ti imagens… Eu Sou único… Não
tenhais outros deuses”, a Igreja disse: Jesus
é Deus… Maria é mãe de Deus, merece louvor… Vamos fazer imagens sagradas para
reverenciar a Deus e é excomungado quem dizer que são profanas… E é excomungado que negar os nossos dogmas…
Excomungaram o próprio Deus no processo.