5 de novembro de 2011

PSYCH, S06E02 – Last Night Gus (review)

E então Shawn disse: o meu dispositivo de dedos na sobrancelha está avariado


Digam que exagerei, mas quero dar 10 pontos a este episódio, apesar de algumas piadas que não funcionaram. E preciso de fazer uma review depois disso?

“Psych meets The Hangover”, podia ser este o título, e recomendo àquela malta de Hollywood, para quando forem fazer “The Hangover 3” verem este episódio de “Psych” e aprender como é que se faz comédia.

Quem começou bem esta temporada foi Woody (Kurt Fuller), a sua personagem, por ser um tanto esquisito, diferente da esquisitice de Shawn e de Gus, aumenta uma pitada à lista de esquisitice dos personagens. Já no episódio anterior teve o seu momento amplificado, mas a química entre ele e o pai de Shawn, Henry (Corbin Bernsen), não funcionou como neste episódio com os outros. Espero que ganhe mais tempo de antena, o seu humor lembra-me ao Dean Pelton de Community.

Eis a história desta semana: Shawn, Gus (Dulé Hill), Lassiter (Timothy Omundson) e Woody acordam sem lembranças nenhuma do dia anterior, e pelo que vão percebendo, podem ter lidado com traficantes e até morto uma pessoa… oh, não… duas pessoas! Ou pelo menos, Lassie pode ter morto. A cumplicidade entre os rapazes foi bem divertida. E foi também divertido ver Shawn a passar-se porque foi jogado para uma situação absolutamente fora da sua caixa de areia, onde não pode confiar na sua mente para lhe ajudar.

E ainda, a conversa de com a Juliet (Maggie Lawson) também teve a sua carga emocional positiva, pois além de servir um bocado para o lado cómico, deu a pincelada de romance que Psych insiste em usar, o que não me desagrada. Eu juro que pensei que Juliet ia dizer que Shawn lhe tinha pedido em casamento.

Se Psych continuar com este ritmo, acredito que esta será a sua melhor temporada, pelo menos este episódio é, já, um dos meus favoritos. E estou a sentir uma mudança no ritmo de Psych, mas ainda não me desagrada… por exemplo, uma particularidade no episódio anterior foi a cena usual das aulas de Henry com o “young Shawn” ter sido mostrado apenas no final do episódio, ok, serviu para fechar o pseudo-suspense sobre Shawn ter enganado o polígrafo. Neste, não fomos honrados com a presença do “young Shawn”, será que é porque não havia como Henry pudesse prever uma situação destas, ou querem mudar o estilo depois de cinco temporadas de quase mesma coisa e de um Henry que, ou é mesmo um psíquico, visto todas as lições que deu ao filho servirem para algo, ou é um professor e pêras?

Não gostei e achei improvável a reacção de Gus na reunião com Karen (Kirsten Nelson), teve piada, por causa da comédia corporal de Gus, e diz que ele está tão desesperado em marcar pontos que teve uma atitude que geralmente só Shawn teria, mas menos maduro em relação a este. Essa cena tirou a seriedade do episódio e daquela equipa de investigação, é certo que se comportam como crianças (por exemplo, a cena entre Shawn e Lassiter a brigarem com toalhas, entre inúmeras outras do episódio passado), mas aqui pareceu mesmo uma birra de jardim-infantil. Enfim… O melhor do episódio, no entanto, deveu-se também a Gus. A cena com Leroy, estando ele chapadinho da Silva foi hyper-hilariante.

Shawn: Senhoras e senhores… e Dwayne… apresento-vos o Sr. Leeeeeeeroy Jenkins.

3 de novembro de 2011

BORED TO DEATH, S03E02 – Gumball! (review)


Parafraseando não me lembro quem: um bom casamento constrói-se na cama.

Afinal, não só o casamento se constrói na cama, a amizade também pode seguir por essa via. Foi agradável ver os três mosqueteiros, ou os três parolos, a conversarem sobre os seus altos e baixos diários antes de dormir. É uma boa terapia e acredito mesmo que, num casamento, isso pode ser muito importante.

Sabemos que os três amigos são todos solteiros, ou melhor, dois solteiros e meio, mas a sua amizade é mais comparável a um casamento do que a relação entre Ray (Zach Galifianakis) e Leah (Heather Burns), porque parece que estão sempre prontos para ajudar um ao outro… ok!, está bem, vamos esquecer o facto de Ray preferir deixar Jonathan (Jason Schwartzman) pendurado durante uma hora em risco de vida para fazer sexo anal com Leah, o que, consequentemente, pode destruir a minha teoria.

O episódio não teve a intensidade emocional do anterior, entretanto teve belos momentos cómicos, e, praticamente, todos à custa de George. Ok!, não há como negar que Jonathan e Ray nem precisam de falar para ter piada, são bons em humor físico, George, que também é competente nessa área, ou seja, o melhor, ganhou o episódio, com a sua história paranóica de perseguição.

A trama com a loira, bem, eu esperava que se desenvolvesse mais e se estendesse talvez até o final da temporada. Jonathan como fugitivo parecia-me bastante promissor, mas, bem, foi divertido os minutos que durou, acho que os argumentistas não queriam tramas mais complexas e por isso tudo foi resolvido em dois tempos e meio numa linha tão barata e simples, o que por vezes irrita, mas não é nenhuma surpresa, considerando que em questões de linearidade ”Bored To Death” só perde por uma linha recta.

A história começou uma hora depois do anterior, com Jonathan pendurado no relógio, o que me deixou a pensar como é que o gajo continuou exactamente no mesmo sítio e não foi parar no centro da roda quando bateu as 11:00, visto que o ponteiro nesse instante estaria na vertical e ele deslizaria facilmente. Mas não importa, nem importa que Ray tenha saído do carro, subido as escadas, falado com os inquilinos, sem ter passado um único minuto, porque tudo isto são apenas apontamentos, considerando que a série não prima pelo realismo, fazendo com que apontar essas falhas é como procurar erros no filme “Scray Movie”, pois acaba-se por não saber se estão lá pela desatenção dos argumentistas ou do realizador ou se têm de estar lá para a história conseguir o que quer.

Apesar do foco ter sido o limpar do nome de Jonathan ainda tivemos vários momentos para abordar a questão da paternidade que, agora é definitivo, é mesmo a linha principal desta temporada; Jonatham que descobriu que o seu pai não é o seu pai, George que não sabe lidar com o facto da sua filha querer casar com alguém da sua idade, e Ray todo emocionado com o facto de ter Spencer na sua vida, um pequeno e verdadeiro Little Ray que ele poderá influenciar (o que sinceramente espero que não aconteça).

“Bored To Death”, aqui, não aqueceu, mas arrefeceu depois de uma introdução bastante apetecível, mas no quesito da comédia, que é o mote da série, esteve bem, o que me leva a questionar: porque será que mesmo as séries de comédia precisam de drama para serem mais interessantes? Será que é porque se não fosse dessa forma seriam iguais a um “stand-up comedy” ou a amarrados de sketches com piada, como os filmes de Álvaro Vitali?

Howard (para Ray): Eu consigo um uniforme de piloto gordo em 20 minutos.

Ray: Eu quero um uniforme. Não é para ti.

1 de novembro de 2011

THE FADES, S01E04 (review)


Iaí, pípoles, 


lembram-se daquela história… oh, esqueçam a história. “The Fades” é um tremendo espectáculo. Na semana anterior eu disse não ter gostado muito do episódio, vendo este último episódio e fazendo a ponte, tudo o que fora obscuro no anterior ficou agora clarificado, é claro que a razão do Neil (Johnny Harris) não ter sido comido vai sempre continuar um mistério, e faz-me ter uma outra perspectiva do episódio anterior. Se o anterior centrou-se no desespero, este aqui voltou-se para o amor, a necessidade dos outros na nossa vida, e a abordagem foi soberbo.

Temos o Fades’ Chief – FC ­– (Joe Dempsie) a explicar-se ao Paul (Iain De Caestecker) e não há como não sentir empatia por ele e não compreendê-lo, pelo menos eu, aliás já no episódio anterior dizia que se fosse a Sarah (Natalie Dormer) talvez tentasse ganhar carne para ficar com quem amo. Os angélicos, talvez tenham razão ao recusarem ajuda aos Fades, mas da forma com o FC contou a história eles não pareceram lá assim tão angelicais. Não fosse a quebra de promessa do FC e de ter morto Maddy (Genevieve Barr), eu teria ficado dividido entre o lado dele e o de Neil.

Neil desmoronou-se todo, estava desesperado por ter sido abandonado por Helen (Daniela Nardini) e a morte do Paul foi a gota de água. E mesmo para o Paul as coisas não estavam muito bem, tinha encontrado no Neil uma espécie de, digamos assim, substituto paterno, estava a consolidar-se mentalmente e de repente, pumba!, o choque da morte, talvez tenha sido essa a razão para ir na cantiga do FC com tremenda facilidade… bem, na verdade eu também cairia.

E o Mac (Daniel Kaluuya), voltou a ganhar destaque e foi soberbo. A cena no hospital, na sala de espera, jogando a palavras cruzadas com as três mulheres, tentando projectar nelas a figura do amigo, e a cena com a mãe de Paul (foram simplesmente de tocar a alma. Aliás, The Fades foi muito enternecedor neste episódio, tanto a conversa de Anna (Lily Loveless) com Jay (Sophie Wu), cada uma mostrando a sua dor à sua maneira – e não há como não gostar momentaneamente da Anna quando ela diz que a mãe preferia a ela na marquesa no lugar de Paul; Mark (Tom Ellis) na cama a conversar com Sarah foi outro momento alto; mesmo a história do FC foi bastante tocante.

As coisas estão para pior para os intervenientes que não estejam com os Fades, e o que não consigo saber é se o propósito de Sarah de comer carne tem mesmo a ver com a sua vontade de destruir os Fades, por outras palavras, autodestruir-se, ou de ganhar carne e voltar para Mark.

A cena no local de ascensão surpreendeu, e como! Aquela no hospital, da ressurreição, com as borboletas a voar, foi cinematograficamente soberba, com uma boa fotografia e bom jogo de luz e a música escolhida ajudava ainda mais a manter a tensão.

Este é por enquanto o melhor episódio do Fades, que está em óptimo crescendo, descontando o episódio anterior que, com este a servir de muleta consegue valorizar-se mais. Mas, sempre gostaria de saber: o que farias tu no lugar do FC?

Iaí, pípoles, lembram-se daquela história… oh, esqueçam a história. “The Fades” é um tremendo espectáculo. Na semana anterior eu disse não ter gostado muito do episódio, vendo este último episódio e fazendo a ponte, tudo o que fora obscuro no anterior ficou agora clarificado, é claro que a razão do Neil (Johnny Harris) não ter sido comido vai sempre continuar um mistério, e faz-me ter uma outra perspectiva do episódio anterior. Se o anterior centrou-se no desespero, este aqui voltou-se para o amor, a necessidade dos outros na nossa vida, e a abordagem foi soberbo.

Temos o Fades’ Chief – FC ­– (Joe Dempsie) a explicar-se ao Paul (Iain De Caestecker) e não há como não sentir empatia por ele e não compreendê-lo, pelo menos eu, aliás já no episódio anterior dizia que se fosse a Sarah (Natalie Dormer) talvez tentasse ganhar carne para ficar com quem amo. Os angélicos, talvez tenham razão ao recusarem ajuda aos Fades, mas da forma com o FC contou a história eles não pareceram lá assim tão angelicais. Não fosse a quebra de promessa do FC e de ter morto Maddy (Genevieve Barr), eu teria ficado dividido entre o lado dele e o de Neil.

Neil desmoronou-se todo, estava desesperado por ter sido abandonado por Helen (Daniela Nardini) e a morte do Paul foi a gota de água. E mesmo para o Paul as coisas não estavam muito bem, tinha encontrado no Neil uma espécie de, digamos assim, substituto paterno, estava a consolidar-se mentalmente e de repente, pumba!, o choque da morte, talvez tenha sido essa a razão para ir na cantiga do FC com tremenda facilidade… bem, na verdade eu também cairia.

E o Mac (Daniel Kaluuya), voltou a ganhar destaque e foi soberbo. A cena no hospital, na sala de espera, jogando a palavras cruzadas com as três mulheres, tentando projectar nelas a figura do amigo, e a cena com a mãe de Paul (foram simplesmente de tocar a alma. Aliás, The Fades foi muito enternecedor neste episódio, tanto a conversa de Anna (Lily Loveless) com Jay (Sophie Wu), cada uma mostrando a sua dor à sua maneira – e não há como não gostar momentaneamente da Anna quando ela diz que a mãe preferia a ela na marquesa no lugar de Paul, o que se confirmou nas palavras desta depois, algo como: Anna nunca esteve onde era precisa; Mark (Tom Ellis) na cama a conversar com Sarah foi outro momento alto; mesmo a história do FC foi bastante tocante.

As coisas estão para pior para os intervenientes que não estejam com os Fades, e o que não consigo saber é se o propósito de Sarah de comer carne tem mesmo a ver com a sua vontade de destruir os Fades, por outras palavras, autodestruir-se, ou de ganhar carne e voltar para Mark.

A cena no cemitério surpreendeu, e como! Aquela no hospital, da ressurreição, com as borboletas a voar, foi cinematograficamente soberba, com uma boa fotografia e bom jogo de luz e a música escolhida ajudava ainda mais a manter a tensão.

Não me sinto inteligente hoje e vou parar por aqui, porém, este é, por enquanto, o melhor episódio do “The Fades”, que está em óptimo crescendo, descontando o episódio anterior que, com este a servir de muleta consegue valorizar-se mais, e tenho dúvidas sérias se conseguirão superá-lo.

E outra coisa, sempre gostaria de saber: o que farias tu no lugar do FC?

18 de outubro de 2011

BORED TO DEATH, S03E01 – The Blonde in the Woods (review)

Parafraseando Jean Giono: A juventude é a paixão pelo inútil. 


Parece que os três mosqueteiros de “Bored To Death” concordam com a frase e tentam vivê-la ao extremo.

Jonathan, Ray e George têm apenas uma coisa e meia em comum têm apenas uma coisa e meia em comum: gostam de ficar pedrados, não querem crescer e lidar com os efeitos dessa causa (mais agravado no caso de Ray) e todos eles são escritores. Tirando isso, têm personalidades bem diferentes, embora por vezes se projectem um no outro e seja um tanto difícil peneirar as suas diferenças. Todavia esta apresentação é para quem não conhece os personagens.

Quando nos deixaram na segunda temporada, após cada um ter enfrentado e vencido o seuarqui-inimigo, Jonathan (Jason Schwartzman) – Louis Green (John Hodgman), Ray (Zach Galifianakis - a fazer o único tipo de papel que sabe) – Irwin (Jonathan Ames – o próprio criador da série que deu o nome ao herói) e George (Ted Danson) – Antrem (Oliver Platt), parecia que tinham feito as pazes com os seus fantasmas (ou parte do fantasma), cada um se definira da melhor maneira no final: Ray tivera Leha (Heather Burns) de volta, George se despedira do trabalho, e Jonathan… coitado do Jonathan. Portanto a primeira apresentação dos personagens mostrou uma construção um tanto “mais madura”, digamos assim, deles, parece que cada um deles se tinha encontrado.

A premissa de “Bored To Death” é de Jonathan ser um detective, mas, convenhamos, embora resolva os seus casos, o que é um grande mistério (como diz um promo da série) a série não prima por lances detectivescos, aliás, brinca com eles, fazendo de Jonathan o pior detective do mundo. Eu vejo a série com uma espécie de “What If” – os personagens foram caracterizados psicologicamente e são expostos a determinadas situações, quase todas caricatas, e têm de lidar com elas sem trair a sua caracterização -, funcionando talvez como um ensaio de psicologia mas com muita comédia por dentro. E tem conseguido não se trair e permitir a evolução das personagens dentro da sua linha, fiéis a si mesmos, sem, no entanto, serem de todo previsíveis. Eis um dos maiores pontos da série.

Na temporada passada os personagens lidaram com os seus medos, aqui talvez o tema principal vá ser “a paternidade”, pelo menos este episódio começou assim e, se se mantiverem no espírito das temporadas anteriores, acredito que vão desenvolver ainda mais essa linha. Neste episódio “The Blonde in the Woods”, a loira que não teve um papel muito importante senão nos últimos minutos, o foco foi questões da paternidade:

  • Ray a ser pai, o que rendeu umas boas risadas, e o que, espero, poderá trazer grandes riquezas tanto para o personagem como para a série, aliás, acho que também Leha acha a mesma coisa, pois como felicitação até estava disposta a agraciar-lhe com uma entrada pelos fundos.
  • George a ser pai, e que pai! Ele que anda atrás de qualquer rabo-de-saia e que se vangloria de ser jovem (60 é o novo 45), aqui a ressentir-se porque a filha quer casar com alguém da sua idade usando uma óptima justificação: É da minha filha que estou a falar. Pois é, pois!
  • Jonathan acaba de descobrir que afinal o seu pai não o seu pai biológico e que afinal fora resultado de uma visita a um banco de esperma, e está visivelmente abalado. A conversa que teve com George sobre o assunto, ao mesmo tempo que enternecedor, teve a sua piada.
Outro aspecto a ser desenvolvido em paralelo com a questão da paternidade é o envolvimento de Jonathan num assassínio, uma linha para criar um clima “noir”, que, apesar do lugar-comum, acredito, dará muito sumo.


Eu sinceramente não sei se vejo “Bored to Death” para rir ou apenas para me divertir com os personagens e a sua exploração psicológica, visto que foram bem elaborados. Então, descontando uns poucos maus timings, vou pontuar o episódio com uma nota digna de um regresso.

E… será que Jonathan está mesmo à espera que Ray vire Super-Ray ou é só do desespero?

Stephen: Tem uma chamada Sr. Christopher.
George: Obrigado, Richard.
Stephen: É Stephen, Sr. Cristopher.
George: Não conheço nenhum Stephen.
Stephen: Não, é Jonathan.
George: Oh, desculpa… obrigado, Jonathan. (falando ao telefone) Alô, Stephen?


Eu compreenderei se um dia Stephen partir a cabeça ao George.

17 de outubro de 2011

PSYCH, S06E01 – Shawn Rescues Darth Vader (review)

E então Gus disse: Não quero ser apanhado num carro com um puto de 11 anos.

A principal diferença entre “Psych” e “The Mentalist”, não vamos falar do estilo, é o facto de Shawn (Shawn Spencer) fingir ser um psíquico, quando na verdade é um bom observador, e Patrick dizer-se um observador, mas com a precisão das suas observações deve ser na verdade um psíquico ou pelo menos os seus argumentistas são. Os métodos de Shawn, segundo ele próprio, umas temporadas atrás, tirando a boa observação, são bem trapalhões, e encontram a verdade por acaso depois de várias tentativas e erros, como Lassie (Timothy Omundson) lembrou repetiu neste episódio, ou seja depende muito da sorte, enquanto que Patrick já sabe quem é o assassino mal acaba de ser informado do crime e só anda a enrolar para chegar ao minuto 40. Mas basta, não quero fazer uma comparação entre as duas séries, mas apenas dar boas vindas a “Psych” e com isso dizer que gosto mais dele do que “The Mentalist”.

A temporada anterior fechou sobre muita tensão depois de Shawn e Gus (Dulé Hill) terem sido raptados por Yin, e Lassie descobriu que Juliet (Maggie Lawson) namorava Shawn e mostrou-se embaralhado. Acredito que passou bastante tempo entre aquela situação e o início do episódio, considerando que Shawn ficou mais gordo, ou seja, Lassiter deu tempo a Juliet para ela lhe contar sobre o seu relacionamento, o que não aconteceu. Então, armou-lhe uma peça para a interrogar no polígrafo, mas ela fugiu, depois quem acabou no polígrafo foi Shawn, e foi engraçado ver a reacção dos presentes a inclinarem-se para ver o gráfico quando ele falou que amava a Juliet, foi o momento mais romântico da série. Eu acredito que Shawn ame a Juliet, mas duvido da forma das suas declarações. Da primeira vez que ele se declarou, tinha microfone e falou com Gus, não acredito que ele não estava a mandar um recado sabendo que seria ouvido, desta vez, logo depois mentiu ao polígrafo, embora da primeira vez se tivesse mostrado mais intempestivo e procurasse levar a conversa para a sua área de segurança e da segunda, ao responder se era psíquico, tivesse feito um exercício “zen” antes.

O polígrafo foi uma peça de destaque neste episódio, pelo que achei que o título que lhe foi dado “Shawn Rescues Darth Vader” foi apenas um golpe de marketing sendo que foi apenas uma desculpa para o desenrolar do episódio. Para mim, menos interessante neste episódio foi mesmo a busca pelo assassino, alguma parte do processo foi muito engraçado, por exemplo Shawn a abusar da “imunidade diplomática” cometendo um grande crime: atirar lixo para o chão; ou usar o cartão de um restaurante (ou sei lá o quê) qualquer para requisitar um carro para usar numa perseguição. O resto, a confusão com o assassino, deter um inocente, etc., etc., é algo que já vimos vezes e vezes, tanto noutras séries como no próprio “Psych”, aliás, não fosse assim não era “Psych”. A interacção com o embaixador Fanshaw (Malcolm McDowell) foi também muito divertido (inclusive a cena pós-crédito).

Eu perco-me nas tantas referências de “Psych”, não consigo acompanhar todas a evocações que ele faz, as referências da cultura clássica ainda entendo, porque só mais recentemente tenho começado a desenvolver a minha cultura pop com a mesma atenção que a clássica, por isso fico à nora várias vezes.

Shawn (segurando no boneco de Darth Vader, lembrando o momento clássico em que este se revela a Luke): Não sou a tua mãe.

Gus: Ele não disse isso.

Não posso listar todos os momentos divertidos, por isso só vou dizer que “Psych” voltou em bom estilo, e talvez seja da nostalgia, talvez seja da qualidade da série, se não fosse o título enganador e os momentos clichés, eu dava a pontuação máxima ao episódio.

16 de outubro de 2011

THE FADES, S01E03 (review)


Iaí pípoles, 

lembram-se daquela história do homem que emparedou a sua mulher para servir de sacrifício ao sucesso da construção de uma igreja? Pois bem, não é esta a história, porém de qualquer forma tem a ver com a lição principal deste episódio de “The Fades”: Homens desesperados fazem coisas desesperadas. Primeiro começou com Mark (Tom Ellis) a perder a cabeça tentando ser ouvido pelo pai de Mac (Daniel Kaluuya), o inspector Armstrong (Robbie Gee), e este lhe disse a frase em tom condescendente, entretanto a segunda vez que a frase é dita, o inspector estava a falar para si mesmo. Ainda tivemos Paul (Iain De Caestecker) a coser a boca da irmã, Anna (Lily Loveless), sei lá se por desespero, se por irritação, e Neil (Johnny Harris), que nos episódios anteriores se mostrava de uma maneira paternalista com a fade Natalie (Jenn Murray), aqui a dizer que já não vai haver piedade na retaliação e preparando-se para torturá-la.Outro ponto alto do episódio foi a reconsideração de Neil em falar com Mark, a pedido de Sarah (Natalie Dormer), dando numa de “Ghost Whisperer”, após ter-se sentido às portas da morte. Mostrou aquela vontade extrema de uma segunda chance que sentimos quando o caldo entorna, e quão solidários nos tornamos quando estamos atracados ao desespero, principalmente porque queremos que sejam connosco solidários também. Gostei desta vertente de “o desesperado toma atitudes desesperadas” que foi explorado em diversas situações durante o episódio, com profunda ou superficial intensidade, mas de um modo geral o episódio foi bem morno, e em certas partes parecendo feita de retalhos e pouco coeso. E também gostei da conversa entre Helen (Daniela Nardini) e Neil e do conceito defendido por ela sobre não ser o conhecimento que destruiu o Éden, mas a dúvida.
Outra coisa que estranha foi a rápida aceitação de Paul pela Jay (Sophie Wu) ou mesmo pela Anna, depois daquela manifestação de poder. Acredito que num contexto mais normal um pouco de repulsão seria bastante natural, mas eu sei lá. E acho que estamos cada vez mais perto de saber por que Anna trata mal o irmão, considerando a preocupação que mostrou no hospital e as palavras que tinha trocado com a mãe em como esta não se preocupa com ela. Provavelmente acabaremos por ver que quem lida mal com o afastamento do pai é ela e não o Paul. O que funcionou ainda menos no episódio foi aquele melodrama de Mac, embora o pedido de desculpas de Paul fosse muito querido, happy birth-yester-day. A cena da metamorfose do Fade’s Chief (Joe Dempsie – Chris de Skins) também não foi nada impressionante, porque de novidade não tinha nada. E também não percebo por que carga d’água Melanie anda desde o primeiro episódio a perseguir Paul (será que sabia sobre o especial que ele é para ficar assim tão obcecada por ele, ou será que vão dizer que está apaixonada por ele ao ponto de querer matá-lo para ficarem juntos?)?
No episódio anterior, da forma como tinha acabado, julguei que Helen tinha outros propósitos, e vi-me redondamente enganado, e… gostei disso; tal como gostei que durante a cena de sexo entre Jay e Paul me fizessem querer ver como seria a reacção dela se as asas de Paul de repente aparecessem, e não mostram essa parte, ficando apenas pela sugestão.
Este episódio foi bastante fraco, sem muita piada, com demasiadas sugestões (umas funcionam outras não), e, embora rápido, com um ritmo narrativo um tanto incoerente. Acredito que o próximo vai ser melhor. E também não me admirava nada se visse Sarah a mudar de lado, ficando com os Fades para ganhar carne e poder estar com Mark. Eu, no lugar dela, talvez o fizesse.

5 de outubro de 2011

THE FADES, S01E02 (review)

Iaí, pípoles, lembram-se daquela história da irmã popular que não se dá bem com o irmão impopular e da gaja lambe-botas da irmã popular que está apaixonada pelo irmão impopular e pela popularidade ao mesmo tempo e não sabe como gerir isso? Ok! É um dos plots que veio a arrastar desde o primeiro capítulo de “The Fades”. Comecei por este plotporque, acredito, foi desenhado justamente para criar o efeito teen, tipo aquele adolescente nerd que vira super-poderoso, o sonho de qualquer um com baixa auto-estima ou vítima de bullying.

No entanto, para melhor escrever sobre a série, acho que devo descrever os plots principais:

Paul (Iain De Caestecker) é um adolescente desajustado, que sofre de enurese, que tem uma onda de “I see dead pípoles”, frequenta um psicólogo que como todos os psicólogos tenta fazer-lhe acreditar que a sua situação reporta de problemas paternos. O seu melhor amigo é Mac (Daniel Kaluuya – cujo trabalho tenho admirado), que, por não ver “dead pípoles”, não tem a desculpa de Paul para ser deslocado, e era o único que não acreditava que este fosse maluco, mas especial.

Neil (Johnny Harris) é um dos Angélicos, um dos especiais que vêem “dead pípoles” e funcionam como guardas-fronteira entre o mundo destes e o nosso, e sua equipa era formada por Sarah (Natalie Dormer) e Helen (Daniela Nardini), cada um deles com um poder especial, sendo o daquela de ver o futuro, e o desta de curar (dando uma de John Coffey do “The Green Mille”), e ambas mortas, mas errantes. Neil topa com Paul e resolve fazer-se do “professor”, transformando-o numa espécie do “Aprendiz do Feiticeiro”, fazendo-lhe acreditar que ele é uma peça eminente na batalha apocalíptica iminente, e que precisa de abandonar a vida como a conheceu.

Ok! Até aqui nada de muito estranho, mas eis senão quando resolveram entrar naquele mundo de coincidências típico das banda-desenhadas que por vezes não passam de situações metidas à força. Por exemplo Mark (Tom Ellis), professor de Paul e Mac, é casado com Sarah, que foi morta pelos Fades (os zombies espirituais) e cuja morte está a ser investigado pelo agente… (hum, não me lembro o nome)… que é o pai de Mac. Ou dois putos fazem troça da dupla Paul-Mac (PM) e logo a seguir são mortos e comidos pelosFades, tipo uma situação de justiça poética (ou lá como seria chamado). Para mim, isto é forçar a barra.

Mas, tudo bem. Vamos ver, os adolescentes resolvem organizar um festa (acto típico dos filmes de terror), e, coincidência, junto ao acampamento (?) dos Fades, tornando-se todos eles carne para canhão, para permitir ao Paul revelar-se como o Messias rejeitado (só receava que fizessem como os americanos onde só sobrevive quem é virgem ou que não faz sexo sem preservativo ou que o faz só com uma pessoa). Ou pelo menos era isso que se estava à espera, mas acaba por não acontecer nada (acreditando no preview do próximo episódio) e fica-se com a impressão: ou estes gajos estão a gozar com os clichés ou não sabem o que estão a fazer. Eu digo que senti algum anti-clima por nada ter acontecido naquela festa porque estou super-habituado a que aconteça em cenas do género (Ok! Dou-lhes um ponto, por me tirarem da minha zona de conforto e por gozarem comigo).

Não aconteceu assim muita coisa neste episódio, ok, passamos a saber mais sobre os personagens, todos eles, tirando os típicos e estereotipados, que por mais que lhe passem demãos de tinta, não mudam, como a Anna (Lily Loveless – Naomi de Skins, alguém?), irmã azeda de Paul, que, aposto, lá pelo último episódio vai dizer que só invejava este e por isso se comportava de maneira odiosa com ele, não parecendo em momento algum que moram na mesma casa ou foram criados juntos.

O que se destaca no episódio são os diálogos e o Mac, que domina com a sua personalidade a série, tornando-se o personagem mais divertido e interessante, e as situações hilárias como quando, na festa da Anna, um gajo pergunta a Neil: “Por que estás aqui?” E ele: “Estou a tentar manter o rapaz com quem me preocupo salvo das forças das trevas.” E aquele: “É assim que chamam agora à Anna?” Este pequeno diálogo, além de cómico, faz um retrato psicológico de Neil e da sua sinceridade e ingenuidade, e ao mesmo tempo, mostra que Anna não só espezinha o irmão, como todos os outros é temida por estes. Aliás, boa parte dos diálogos dão pistas tanto para o trama como para conhecermos os personagens. E gosto disso. Outra parte que achei divertido foi o diálogo entre Mac e Paul sobre o sonho deste, ao ver nele a irmã nua e morta na sua cama, melhor ainda a desculpa de Paul: foi uma nudez parcial. Ou quando Mac diz algo como isto: somos demais, porque não há ninguém mais desprezados que nós em toda a escola.

Continuo a achar que são muitas personagens e o drama que querem atribuir a cada um deles vai acabar por ficar sem lugar; continuo a achar algumas situações demasiadas forçadas, por exemplo, os Fades atacaram os rapazes que buliram PM e comeram-nos, no entanto, atacaram Neil e deixaram-no intacto, será que é porque precisam de informações? Será que Helen juntou-se aos Fades, ou está a criar um grupo à parte? Continuo a achar as coincidências a roçarem ao ridículo, mas continuo a gostar do “The Fades”, principalmente agora que as peças estão a tomar lugar no tabuleiro.

Neste episódio passou com Neil a assediar Paul a largar a vida como a conhecia, e este finalmente acaba por resolver não abandonar os seus, mas a virar uma espécie de Peter Parker ou Clark Kent (se calhar deviam dizer Constantine ou Blade, tendo, em vez de vampiros, fantasmas), e a mostrar que tem todos os poderes dos Angélicos juntos. Acreditando no preview do próximo episódio, acredito que “The Fades” será mais divertido, visto que os argumentistas estão a atirar com todas as armas que possuem e parece que não se estão a conter para o final.

E destaque para a apresentação do review da semana anterior feito por Mac. “Supernatural” consegue ser original com “Then” e “Now”, mas o estilo deste review, sei lá se é original, arrasa. Venha o próximo episódio.



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