O peso da imposição das dívidas
da TROIKA, ou Instituições, como agora se chama, é terrível para os povos e
para a soberania das nações. Entretanto, não haja dúvidas que o mundo todo
salta hoje conforme o FMI puxa os cordelinhos.
Sócrates, não o filósofo, disse
uma vez que aprendeu que “pagar a dívida é ideia de criança” e foi
ridicularizado, porque não falou conforme manda a cartilha, mas a verdade é que
a dívida nunca é paga.
Um país contrai uma divida de, digamos, 20 €, para pagar em 2 anos, no final do primeiro ano, poderá ter pago 15 €, entretanto os juros nesse período, condicionados pelo aumento de capital, que não devem ficar obsoletos, e por inflações, deflações e toda a sorte de ações que só favorecem aos credores, já ascenderam o valor total para 30 €, e por causa dos prazos apertados, o país, para cumprir o acordo, faz novas dívidas para pagar a anterior, aumentando o tempo da pena e o valor do mesmo. Ao fim de 4 anos, já terá pago o dobro da dívida inicial, continuando no entanto a dever ainda mais aos credores.
Um país contrai uma divida de, digamos, 20 €, para pagar em 2 anos, no final do primeiro ano, poderá ter pago 15 €, entretanto os juros nesse período, condicionados pelo aumento de capital, que não devem ficar obsoletos, e por inflações, deflações e toda a sorte de ações que só favorecem aos credores, já ascenderam o valor total para 30 €, e por causa dos prazos apertados, o país, para cumprir o acordo, faz novas dívidas para pagar a anterior, aumentando o tempo da pena e o valor do mesmo. Ao fim de 4 anos, já terá pago o dobro da dívida inicial, continuando no entanto a dever ainda mais aos credores.
Numa perspectiva de emagrecimento, a dívida de um país passa por esta definição: é o único peso que quanto mais o perdes mais gordo e mais pesado ficas.
No caso europeu, para pagar ao FMI, pede-se dinheiro ao BCE, e depois para pagar ao BCE vai-se ao FMI, ou ao próprio BCE, e fica-se num ciclo vicioso eterno, onde o que só aumenta é a mesma dívida.
Fazer um país vergar-se perante
uma dívida da qual a sua população não beneficiou pode levar a ruturas ou
revoltas sociais, porém os bancos não se importam com isso, porque venha quem
vier, esteja quem estiver no poder, precisará sempre de dinheiro, portanto quem controla o dinheiro controla tudo, portanto, até se arranjar uma alternativa ao
dinheiro, ou um sistema paralelo, nada do que se fizer ou revoltas e revoltas
serão feitas, o resultado será sempre o mesmo, substituição das classes
dualistas: dominada e dominadora, por outra nova classe, mantendo o dualismo.
Há uma frase atribuída a
Rothschild: Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importa
quem faz as suas leis. Esta é a verdade pura e dura. E neste momento
em que as nações são controladas pelos bancos, ao ponto de um primeiro-ministro,
Passos Coelho, dizer que foi sensato em simplesmente fazer como os bancos
disseram em vez de tentar negociar, mostra o quanto os bancos mandam neste país
e como nós somos simples mercadorias. Negociar pelo bem do povo seria trabalhar
para o povo, não negociar é trabalhar para os bancos a fingir que o faz pelo
povo, simples como isso.
No entanto, tudo o que possa aqui
dizer, por mais sensato que seja, não se terá em tanta conta como o que um
capitalista dirá, porque o capital controla o mundo, controla o pensamento,
controla as universidades, escreve as cartilhas e dita as regras, pessoa alguma
que se atreva a fazer ou pensar diferente é abertamente ridicularizada, mesmo
nos meios científicos onde o pensamento devia ser mais livre.
Por essa razão, vou transcrever
aqui um texto de Keynes,
considerando a autoridade científica e económica que lhe é conferido. (Keynes,
John Maynard, As Consequências Económicas
da Paz).
Pode ser exagero dizer que é impossível aos
aliados europeus pagar o capital e os juros que devem em relação a estas
dívidas, mas obrigá-los a fazê-lo seria certamente impor um peso esmagador.
Pode esperar-se, portanto que eles façam constantes tentativas para se evadirem
ou escaparem ao pagamento, e estas tentativas serão uma fonte constante de
fricção internacional ou de má vontade durante muitos anos vindouros.
Haverá um grande incentivo para procurar
amigos noutras direções, e qualquer rutura futura de relações pacíficas carregará
sempre a enorme vantagem de escapar aos pagamentos das dívidas externas. Se,
por outro lado, estas grandes dívidas forem perdoadas, será dado um estímulo à
solidariedade e verdadeira amizade entre nações recentemente associadas. A
existência de grandes dívidas de guerra é uma ameaça à estabilidade financeira
em todo o mundo.
Nunca mais nos conseguiremos mexer outra
vez, a não ser que livremos os nossos braços e pernas do peso destes papéis.
Uma fogueira é uma necessidade tão grande que, a menos que conseguimos fazer
dela um assunto ordenado e temperado com boa vontade em que não seja feita
nenhuma séria injustiça a ninguém, ela crescerá, quando finalmente vier, para
uma conflagração que pode destruir tanto.
Não estamos em guerra, pelo menos
não abertamente, mas este texto mostra claramente que a dívida não leva a
desenvolvimento nenhum como constantemente nos tentam fazer crer os principais
médias. Não podemos fazer muita coisa,
porque só votamos, e quando fazemos marchas e greves só servem para a diversão
pública e para preencher as grelhas da programação televisiva, porque isso não
assusta os políticos, as únicas coisas de que eles têm medo são: as forças
armadas e os bancos.
E para fechar este artigo faço um gesto de pesar em memória de uma desilusão chamada Syriza, este atirar da toalha ao chão de Syriza (ou pelo menos do seu dirigente) vai desestabilizar todas as possibilidades que os partidos de esquerda tinham na Europa de ganhar e mudar qualquer coisa (e transformar um rotundo e volumoso NÃO num SIM ao quadrado é uma traição dos piores tipos). Já vimos quem manda: Os Bancos. E ou reconheçamos os nossos deuses ou finjamos que não existem, mas que eles vão estar sempre lá, vão.