18 de setembro de 2012

VINGADORES, OS, 2012 (The Avengers)

Existe o cinema arte e existe o cinema entretenimento e o segundo abusa mais da técnica, muita forma pouco conteúdo, e não se preocupa muito com a dimensionalidade das personagens ou enredo rebuscado. E Os Vingadores faz parte do segundo grupo. Seguindo à risca a linearidade de uma banda desenhada infantil, apresentando uma realidade a preto e branco (o que não admira e nem deve, considerando que o filme é sobre um punhado de heróis da Marvel), onde os bons batem nos maus e saem todos incólumes no final.

Sim, Os Vingadores é isso, básico até não mais, dois grupos e um motivo para andarem à pancada com o outro, sendo que o o outro grupo é completamente anónimo, sem cara e genérico. No entanto, apesar disso, não se pode dizer que aos personagens principais falta dimensionalidade visto nos terem sido apresentados em vários filmes anteriores, por isso neste apenas se limitaram a seguir a trilha. O problema é que tens de ver os outros filmes para este se sustentar, senão perdes-te.

Entretanto, Os Vingadores é o melhor filme da Marvel feito pela Marvel (ainda continuo a preferir os X-Men: O Início) extremamente superior aos insossos Capitão América e Thor e o segundo Hulk (ainda continuo a achar o de Ang Lee bom o suficiente). Apesar de ter seis heróis a disputar os 120 minutos do filme, não contando com o Nick Fury (que foi emprestado do universo Ultimate e não da Terra 616), o ecrã foi muito bem dividido e muito equilibrado, e os minutos finais de acção demonstraram mesmo como isso foi bem pensado, o que se vê nas sequências interruptas como ela foi mostrada (tirando os momentos que cortavam para pôr Fury na tela); por exemplo, seguia-se o Homem-de-Ferro que levava a acção à Viúva Negra, que a entregava ao Hulk ou outro qualquer, e assim por fora. Foi um quadro gigantesco e soberbo, meticulosamente bem trabalhado.

trailer

Momentos cómicos também houve, sendo Hulk o responsável pelos melhores, e ainda até tentaram iscar-nos com um momento meloso de drama romântico entre dois heróis, os não super, que no entanto não resultou.

Não tenho nada de pseudo-sócio-filosófico para analisar sobre o filme, porque não tem ensinamento nenhum e nem a pretensão disso, é americanamente panfletária como todos os filmes americanos, e não faz nada senão respirar acção e entretenimento. Se gostas de filmes com cérebro ou algum cérebro, passa longe, ou veja X-men: O Ínicio (esse tem um bcadinhinhinho), se queres só pancadaria, Os Vingadores fazem-te as honras.
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